China defende a suspensão de todas as importações de frutos do mar do Japão

O Ministério das Relações Exteriores da China defendeu a suspensão de todas as importações de frutos do mar do Japão, uma vez que as autoridades japonesas estão considerando levar a questão à Organização Mundial do Comércio.

A China impôs a proibição em 24 de agosto, data de início do descarte de água tratada e diluída da usina nuclear de Fukushima Daiichi, que está paralisada, no oceano.

O secretário-chefe de gabinete japonês, Matsuno Hirokazu, disse na quarta-feira (30), que o governo tomará as medidas necessárias no âmbito da OMC e também por meio de outros canais.

Alguns membros do principal partido governista, o Partido Liberal Democrático – PLD, estão pedindo ao governo que considere a possibilidade de apresentar uma queixa à OMC.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, disse aos repórteres na quarta-feira (30), que foi “egoísta e irresponsável” da parte do governo japonês começar a liberar o que ele chamou de “água contaminada por energia nuclear”.

Ele disse que a descarga foi amplamente criticada pela comunidade internacional e que medidas preventivas relevantes foram tomadas.

Wang acrescentou que é completamente razoável que as autoridades chinesas tomem medidas emergenciais contra os produtos marinhos do Japão com base na lei da China e nas regras relevantes da OMC.

Os meios de comunicação chineses continuam a criticar o Japão pela liberação da água tratada.

Um editorial do jornal Global Times, afiliado ao Partido Comunista Chinês, criticou o governo japonês por condenar as chamadas telefônicas de assédio que chegam da China.

O editorial afirma que o Japão está tentando se apresentar como vítima do bullying chinês para angariar simpatia.

Ele diz que o cerne do problema não é uma disputa entre a China e o Japão, mas o ato prejudicial do Japão contra a humanidade.

Essas alegações parecem refletir a posição das autoridades, já que a mídia chinesa está sob rígido controle do governo.

Mas, até o momento, não foram registrados grandes protestos na China.

A comunidade japonesa na China está em alerta antes dos aniversários relacionados à Segunda Guerra Mundial no próximo mês, incluindo o que Pequim chama de Dia da Vitória sobre o Japão, em 3 de setembro.