Especialista da ONU pede ao Japão que imponha sanções contra Myanmar

Um especialista em direitos humanos das Nações Unidas está pedindo mais sanções contra a junta governante de Myanmar para cortar suas fontes de dinheiro.

O Relator Especial da ONU, Thomas Andrews, alertou que a situação humanitária está se deteriorando à medida que os militares intensificam seus ataques contra civis.

Andrews estava falando em uma coletiva de imprensa em Tóquio na sexta-feira.

Ele disse que mais de 3.400 civis foram mortos e cerca de 17.000 prisioneiros políticos foram detidos desde que os militares tomaram o poder em um golpe há dois anos.

Ele citou ataques aéreos na região noroeste de Sagaing no início deste mês, que mataram cerca de 170 pessoas.

Ele disse que as sanções econômicas destinadas a privar a junta dos recursos para operar sua máquina de guerra enfraqueceriam sua capacidade de atacar o povo de Myanmar.

Ele pediu ao Japão, como presidente das reuniões do Grupo dos Sete deste ano, que se junte aos países ocidentais na imposição de sanções aos militares. Ele pediu uma mensagem forte na cúpula do G7 do próximo mês em Hiroshima.

Andrews também pediu à comunidade internacional que amplie a ajuda humanitária aos refugiados muçulmanos Rohingya que fugiram de Myanmar para escapar dos ataques mortais dos militares. Cerca de um milhão de pessoas ainda vivem em campos na vizinha Bangladesh.

Ele disse que a distribuição de alimentos da ONU foi significativamente reduzida devido à falta de financiamento, e mais de 40% das crianças sofrem de desnutrição.