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Banco de germoplasma de Castanha-do-Pará garante futuro da espécie

Projeto de conservação ambiental da MRN mantém sementes de mais de 260 árvores-matrizes da castanheira, árvore símbolo da Floresta Amazônica, que é fonte de renda para milhares de famílias na região Norte do Brasil.

Banco de germoplasma de Castanha-do-Pará garante futuro da espécie

Projeto de conservação ambiental da MRN mantém sementes de mais de 260 árvores-matrizes da castanheira, árvore símbolo da Floresta Amazônica, que é fonte de renda para milhares de famílias na região Norte do Brasil.

Dizem que a Castanha-do-Pará tem diversos benefícios para a saúde. E isso é fato comprovado pela ciência. Segundo estudo realizado pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, a ingestão de apenas uma castanha por dia pode ser decisiva na prevenção ao Alzheimer, bem como na de outras doenças.

Muito além dos benefícios para a saúde, a castanheira – árvore símbolo da flora Amazônica, é a protagonista dos projetos de conservação do meio ambiente da MRN.

A empresa mantém um Banco de Germoplasma de Castanha-do-Pará, que recebeu uma verdadeira menção honrosa ao ser apresentado no painel virtual Contribuições da indústria do alumínio para uma economia de baixo carbono, durante a 27ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (COP27), ocorrida no Egito, em novembro deste ano.

No painel da COP-27, o gerente geral de Licenciamento e Controles Ambientais da MRN, Marco Antonio Fernandez (à direita), apresenta o projeto que desenvolve plantas mais produtivas e adaptadas às áreas em reflorestamento, contribuindo para a conservação do fruto que é umas das principais fontes de renda das populações tradicionais da Amazônia. – Crédito: Acervo CNI / Divulgação

O banco de germoplasma é um lugar onde são armazenados materiais genéticos de uma ou mais espécies de vegetais, animais ou microrganismos.

No caso do banco da MRN, as sementes da Castanha-do-Pará (Bertholletia excelsa Bonpl., Lecythidaceae) são selecionadas para o desenvolvimento de plantas mais produtivas e adaptadas às áreas onde serão reflorestadas, depois de realizada a extração da bauxita.

O banco possui hoje amostras oriundas de castanhais nativos de diferentes estados da Floresta Amazônica. No total, 260 árvores-matrizes serviram como base para a coleta de sementes, dando início à produção de mudas no Viveiro Florestal da empresa.

De 2017 até 2020, mais de 10 mil novas castanheiras foram plantadas. A previsão é de que comecem a frutificar entre oito e 12 anos.

O resultado de anos de estudo científico são novas árvores que terão uma capacidade produtiva superior a outras mudas plantadas há quase quatro décadas, que já produzem bons frutos.

“As mudas são cuidadas para crescerem saudáveis e fortes, aumentando a sobrevida delas em campo e com qualidade genética, ou seja, com maior resistência e produtividade. Temos uma taxa de aproximadamente 87% de sobrevivência das mudas no Banco de Germoplasma”, explica Talita Godinho, analista ambiental da MRN.

Analista ambiental da MRN, Talita Godinho. – Crédito: Acervo MRN / Divulgação

Nos trabalhos de reflorestamento, a MRN também envolve comunidades ribeirinhas e quilombolas da região, que fornecem uma variedade de sementes de espécies nativas para produção de mudas no Viveiro Florestal. Em 2021, a empresa adquiriu mais de cinco mil quilos de sementes coletadas pelos comunitários. “A Castanha-do-Pará hoje está classificada pelo Ministério de Meio Ambiente como uma espécie vulnerável à extinção. A empresa atende aos requisitos legais e ambientais para conservação da espécie na região”, afirma Talita.

Castanheira é fonte de renda sustentável
Os benefícios não param por aí. Milhares de famílias da região no Norte têm no manejo sustentável da castanheira sua fonte de renda. A coleta do fruto e seu beneficiamento é um traço cultural dos povos tracionais amazônicos. Ela faz parte da sua própria dieta alimentar e a atividade extratora estimula a fixação do homem na terra, o cuidado com o meio ambiente, bem como, dá início a uma cadeia produtiva. Dados de 2021, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que a castanha ocupa o segundo lugar no ranking de produtos não madeireiros mais extraídos da Região Norte, depois do açaí.

A castanha é um dos principais ingredientes utilizados pela confeiteira Ray Silva para confeccionar doces e bolos, que garantem o sustento da família. Ele e seu pai, Raimundo Silva, estiveram presentes na primeira Feira de Artesanato, organizada pelo Programa de Voluntariado da MRN, ocorrida em setembro, em Porto Trombetas, distrito de Oriximiná. O evento reuniu 36 expositores de sete comunidades quilombolas e da vila.

Ray Silva, expositor e confeiteiro, aprimorou técnicas de venda nos cursos do Projeto de Educação Ambiental e Patrimonial (PEAP). “Minha expectativa é vender ainda mais os produtos de castanha e coco e expandir o negócio”, conta ele. – Crédito: Gabriela Oliveira / Divulgação

Meses antes da feira, os artesãos participaram de quatro cursos profissionalizantes, como manipulação de alimentos, descarte de resíduos, empreendedorismo e finanças pessoais, para auxiliá-los no aprimoramento das suas atividades. “Aproveitei muito o curso de Terapia Financeira porque trouxe melhoria para o meu lado empreendedor. Aprendi sobre controle de gastos e como me planejar para ter um bom lucro, bem como tornar o meu produto mais apresentável. Minha expectativa é vender ainda mais os produtos de castanha e coco e expandir o negócio”, conta Ray.

Mais que uma árvore, a castanheira é um símbolo de fartura, de ancestralidade e de sustento para os povos da Amazônia. Por isso é um patrimônio a ser cuidado para o futuro das próximas gerações.

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