Rússia se prepara para guerra prolongada na Ucrânia

O governo russo criou um conselho de coordenação com o objetivo de apoiar as necessidades de suas forças armadas.

Cerca de oito meses após a invasão da Ucrânia, Moscou parece estar se preparando para uma guerra prolongada.

A Rússia tem levado a cabo ondas de ataques com mísseis e drones desde meados de outubro, o que deixou inúmeros ucranianos deslocados internamente. Enquanto isso, as tropas ucranianas estão tentando retomar a cidade de Kherson no sul do país.

Na segunda-feira, o conselho de coordenação realizou sua primeira reunião on-line. O presidente, Vladimir Putin, ordenou a criação do conselho na última quarta-feira, quando declarou a lei marcial nas quatro regiões da Rússia anexadas, unilateralmente, da Ucrânia.

Os membros do conselho incluem o Primeiro Ministro Mikhail Mishustin, ministros e altos funcionários de segurança.

Mishustin disse durante a reunião que o conselho está pronto para fornecer os recursos necessários aos militares a fim de cumprir a meta estabelecida pelo presidente. Ele disse que eles serão rapidamente entregues a todos os soldados, inclusive os da linha de frente, em unidades traseiras e em locais de treinamento.

As autoridades dizem que o conselho está encarregado de adquirir uma gama de itens, desde armamento e equipamentos de comunicação até medicamentos e alimentos, em coordenação com os órgãos administrativos e autoridades regionais. Ele também fornecerá mão-de-obra.

O Ministério da Defesa da Rússia disse, na segunda-feira, que o Chefe do Estado-Maior, General Valery Gerasimov, falou por telefone com o presidente do Chefe do Estado-Maior Conjunto dos EUA, Mark Milley. Gerasimov também conversou por telefone com o Chefe do Estado-Maior Britânico Tony Radakin em uma chamada separada.

Nas conversas, Gerasimov relatou preocupações sobre as alegações não verificadas de que a Ucrânia poderia usar uma “bomba suja”, que foi projetada para dispersar material radioativo.

O Ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, fez reivindicações semelhantes no domingo. O ministro das Relações Exteriores, Sergey Lavrov, sugeriu que a questão será discutida no Conselho de Segurança da ONU. As autoridades ucranianas dizem que essas reivindicações são forjadas.