Agência Internacional de Energia Atômica rejeita reivindicação russa sobre usina de Zaporizhzhia

As autoridades ucranianas e russas estão envolvidas, há meses, em uma luta pela maior usina nuclear da Europa. Agora, o presidente russo, Vladimir Putin, assinou um decreto que diz que seu país assumirá o controle operacional do complexo Zaporizhzhia. Mas o presidente da Agência Internacional de Energia Atômica diz que a necessidade de uma zona de segurança na região é “mais urgente do que nunca”.

As tropas russas apreenderam a usina em março. Os engenheiros ucranianos mantiveram-na em funcionamento, mesmo em meio ao bombardeio. O decreto de Putin diz que a Rússia vai “nacionalizar” o complexo, uma reivindicação que os funcionários da AIEA se recusam a reconhecer.

O Diretor Geral da AIEA, Rafael Grossi, disse: “Não estamos mudando nossa posição. Continuamos dizendo o que tem que ser feito, que é basicamente evitar um acidente nuclear na usina, o que ainda é uma possibilidade muito, muito evidente”.

Dois inspetores da AIEA estão trabalhado no local durante o último mês, tentando avaliar a segurança da usina. Grossi diz que mais dois se juntarão a eles.

Ele se encontrou com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, na quinta-feira, um dia depois que Putin assinou o decreto. Zelenskyy acusou os russos de “chantagem nuclear”.

Ele disse: “O principal problema continua sem solução: a presença de soldados na usina nuclear. De acordo com nossas informações, que vêm dos trabalhadores, há cerca de 500 russos lá. O que fazemos com isto?”.

Grossi tentou persuadir ambos os lados a acabar com os combates ao redor da usina. Ele planeja visitar Moscou para conversar com as autoridades russas. Entretanto, ele não tem autoridade para ordenar um cessar-fogo ou para exigir que as tropas deixem a área.