Lançamentos de mísseis da China são calculados para não provocar muito os EUA, diz especialista

O ex-vice-almirante da Força Marítima de Autodefesa do Japão, Koda Yoji, disse que os lançamentos de mísseis balísticos da China, na quinta-feira, tiveram como objetivo mostrar a ira de Pequim com Washington, sobre a visita da presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi a Taiwan. Mas ele também aponta que Pequim deu alguma consideração para evitar provocar demais os Estados Unidos, observando que os mísseis não eram os modelos mais recentes.

Koda disse que é incomum disparar quase 10 mísseis de uma maneira concentrada, mesmo em meio a tensões maiores, porque tal ação poderia ser tomada como um sinal de guerra pelo lado oposto.

Ele disse que a China mostrou uma resposta muito forte nesse sentido, e acredita que Washington está plenamente consciente da intenção de Pequim de demonstrar seu descontentamento.

O vice-almirante, aposentado, disse que os mísseis pareciam ser Dongfeng-15s, o mesmo tipo de mísseis balísticos disparados durante o que é conhecido como a crise do Estreito de Taiwan, em 1996.

Ele observou que os mísseis Dongfeng-15 têm sido usados há muito tempo e que seu grau de precisão é bem reconhecido. Ele prosseguiu dizendo que os mísseis, raramente, caem sobre alvos não intencionais e isto sugere que Pequim realizou os últimos lançamentos enquanto tomava precauções de segurança.

Acredita-se que alguns dos mísseis disparados na quinta-feira tenham caído na zona econômica exclusiva do Japão. Koda sugeriu que este é um aviso da China, pois recentemente houve movimentos notáveis no Japão para apoiar Taiwan.

Mas ele disse que Pequim também vê que colocar muita pressão sobre Tóquio poderia piorar os sentimentos anti-China, levando ao estreitamento dos laços entre o Japão e os EUA.

Ele acrescentou que é impensável para o país disparar mísseis balísticos em direção ao Japão.