Rússia ataca hospital infantil na cidade de Mariupol

Os Estados Unidos condenaram, nesta quarta-feira (9), o bombardeio de um hospital infantil na Ucrânia, onde as autoridades disseram que um ataque aéreo russo enterrou pacientes sob escombros apesar de um acordo de cessar-fogo, para permitir que as pessoas saíssem da cidade sitiada de Mariupol.

O ataque, que as autoridades disseram ter ferido mulheres em trabalho de parto e deixado crianças sob os escombros, é o mais recente e sombrio episódio da invasão de 14 dias, o maior ataque a um estado europeu desde 1945.

A destruição ocorreu apesar de uma promessa russa de cessar os ataques para que pelo menos alguns civis presos pudessem evacuar da cidade, onde centenas de milhares se abrigaram sem água ou energia por mais de uma semana.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, convidado pela Reuters para comentar, disse: “As forças russas não disparam sobre alvos civis”. A Rússia chama sua incursão de “operação especial” para desarmar seu vizinho e desalojar líderes que chama de “neonazistas”.

O Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia postou imagens em vídeo, do que disse ter sido o hospital, mostrando buracos onde as janelas deveriam estar em um prédio de três andares. Enormes montes de escombros fumegantes espalhados pelo local.

“É horrível ver o tipo de uso bárbaro da força militar indo atrás de civis inocentes em um país soberano”, disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki.

O órgão de direitos humanos da ONU disse que sua missão de monitoramento estava verificando o número de vítimas.

“O ataque aumenta nossa profunda preocupação com o uso indiscriminado de armas em áreas povoadas e civis presos em hostilidades ativas em numerosas áreas”, disse a porta-voz, Liz Throssell.

O governador da região de Donetsk disse que 17 pessoas ficaram feridas no ataque. A prefeitura disse que o hospital havia sido atingido várias vezes por um ataque aéreo, causando uma destruição “colossal”.

A Ucrânia acusou a Rússia de violar o cessar-fogo em torno do porto do sul.

“Os bombardeios indiscriminados continuam”, escreveu o Ministro das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, no Twitter.

A Ucrânia declarou que 67 crianças haviam sido mortas em todo o país desde a invasão e pelo menos 1.170 civis haviam morrido em Mariupol. Não foi possível verificar os números.

A empresa de imagens de satélite Maxar disse que imagens do início do dia mostraram danos extensos em casas, prédios de apartamentos, mercearias e centros comerciais em Mariupol.

O Ministério da Defesa da Rússia culpou a Ucrânia pelo fracasso da evacuação.