Jornalista japonês libertado fala sobre detenção em Myanmar

O jornalista japonês que foi libertado da detenção em Myanmar deu uma descrição dos interrogatórios feitos pelos militares do país.

Kitazumi Yuki foi levado pela polícia de segurança de Myanmar em abril, enquanto cobria uma manifestação contra os militares em Yangon. Ele foi indiciado por divulgar informações falsas e outras acusações.

Ele foi libertado da prisão na sexta-feira (14), pela primeira vez em cerca de um mês, e chegou ao Japão.

No sábado, ele deu uma entrevista online para a NHK.

Kitazumi disse que as autoridades militares o questionaram persistentemente sobre os nomes das pessoas com quem ele trabalhava, e de seus clientes.

Ele observou que quando lhes contou que suas descrições dos eventos eram falsas, eles tentaram forçá-lo a admitir que eles eram verdadeiros. Ele também descobriu que suas negações claras haviam sido alteradas em seu relatório de investigação.

Ele disse que as autoridades não corrigiram essas descrições, dizendo que não adianta fazer isso a menos que ele cooperasse com a investigação deles.

Kitazumi observou que as autoridades não lhe infligiram violência, pois ele era um estrangeiro. Mas ele disse que muitos dos presos políticos locais com os quais ele conversou na prisão foram agredidos com bastões, ou interrogados por longos períodos de tempo enquanto estavam de olhos vendados.

Ele disse que conseguiu sair da prisão com a ajuda de muitas pessoas, mas ainda há mais de 3.000 presos políticos.

Ele acrescentou que disseminará informações sobre o assunto na esperança de vê-los todos libertados.