Japão busca apoio para o plano de liberação da água radioativa tratada de Fukushima Daiichi
O governo japonês está buscando apoio para seu plano de liberar água radioativa tratada da usina nuclear de Fukushima Daiichi no oceano. A água será diluída antes de sua liberação, de modo a atender aos níveis de segurança global.
O ministro da indústria, Kajiyama Hiroshi, falou online com o diretor da Agência Internacional de Energia Atômica na quarta-feira (14), um dia após o governo japonês ter tomado, oficialmente, sua decisão.
Kajiyama disse: “Com a cooperação da AIEA, divulgaremos completamente as informações e evitaremos danos à reputação”.
O Diretor Geral da AIEA, Rafael Grossi, disse: “É com grande prazer que aceito, naturalmente, seu pedido de cooperação da AIEA”.
Eles concordaram em tentar organizar uma missão da AIEA ao Japão ainda este ano para dar conselhos ao operador da usina.
O governo realizou uma reunião on-line para explicar a decisão para missões estrangeiras no Japão. Diplomatas de quase 50 países participaram. O plano desencadeou fortes reações de alguns países vizinhos.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Zhao Lijian, disse: “O oceano não é o caixote do lixo do Japão. O Pacífico não é os esgotos do Japão”.
O escritório presidencial da Coréia do Sul disse que o presidente, Moon Jae-in, disse ao embaixador japonês em seu país para transmitir sua preocupação a Tóquio.
Moon também informou que instruiu as autoridades a considerar levar o assunto ao Tribunal Internacional para o Direito do Mar.
O porta-voz do governo japonês se recusou a comentar a mudança, dizendo que o governo não recebeu nenhuma notificação.
“Continuaremos a fornecer informações precisas baseadas em evidências científicas, explicar detalhadamente nossos esforços para desativar a usina nuclear de Fukushima Daiichi, incluindo a manipulação da água tratada, e buscar o entendimento da comunidade internacional”, disse o Secretário Chefe de Gabinete, Kato Katsunobu.
A água é usada para resfriar o combustível nuclear derretido. Ela se mistura com a chuva e a água subterrânea que flui para os edifícios dos reatores danificados, totalizando mais de 100 toneladas por dia.
Esta água passa por um processo de tratamento que remove a maioria do material radioativo, mas ainda contém trítio radioativo. A água tratada é então armazenada.
A usina tem cerca de 1.000 tanques, que agora estão 90% cheios. Espera-se que o restante seja preenchido em algum momento do próximo ano.
A água tratada será diluída para que a concentração de trítio fique bem abaixo dos padrões nacionais e cerca de um sétimo do nível que a Organização Mundial da Saúde sugere ser seguro para água potável.
Os reguladores nucleares do Japão examinarão os planos do operador da usina para construir instalações para diluir a água antes que seja liberada no oceano.
Os reguladores decidiram, na quarta-feira (14), abrir o processo de exame ao público.
Eles também decidiram considerar a intensificação do monitoramento do trítio no oceano. O governo planeja começar a liberar a água tratada em cerca de dois anos.
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