Reações da China e da Coreia do Sul ao anúncio de Abe

A China e a Coreia do Sul reagiram ao anúncio do Primeiro Ministro do Japão, Abe Shinzo, de que renunciará.

Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês disse que o governo está acompanhando de perto a situação em torno da renúncia de Abe.

Zhao Lijian disse: “Mesmo que estejamos monitorando as reportagens da mídia, vou me abster de comentar sobre os assuntos internos do Japão. O Japão é um país vizinho, portanto nos manteremos concentrados em melhorar e desenvolver o relacionamento bilateral”.

A China tem dado mais importância aos laços com o Japão à medida que as tensões entre Pequim e Washington aumentam.

Uma visita estatal do Presidente Xi Jinping ao Japão foi marcada para abril, mas foi adiada devido à pandemia do coronavírus chines.

As pessoas em Pequim expressaram preocupação com a renúncia do Abe.

Uma pessoa disse: “A relação entre a China e o Japão tem sido tensa em alguns momentos, mas estava melhorando. Seria lamentável se os laços bilaterais se tornassem tensos sob um novo primeiro-ministro. Espero que uma pessoa que seja amiga da China assuma o lugar da Abe”.

As relações entre o Japão e a China pioraram sobre vários assuntos, incluindo as reivindicações às Ilhas Senkaku, no Mar da China Oriental.

Uma traineira chinesa colidiu com navios da Guarda Costeira japonesa perto das ilhas em 2010. Em 2012, o governo japonês comprou algumas das ilhas de um proprietário privado.

O Japão controla as ilhas. O governo japonês as mantém como parte inerente do território do Japão. A China e Taiwan as reivindicam.

Um porta-voz do governo sul-coreano também fez uma declaração sobre a renúncia de Abe. Ele disse: “lamentamos este anúncio repentino, mas estamos ansiosos para cooperar com um novo primeiro-ministro com o objetivo de promover uma relação contínua de boa vontade entre a Coreia do Sul e Japão”.

Enquanto isso, vários veículos de mídia noticiaram a história como “breaking news”, referindo-se a fontes como a NHK.

A Yonhap News Agency diz que Abe tomou uma posição de linha dura sobre questões históricas entre Seul e Tóquio.

Um exemplo que a agência dá é a oposição da Abe a uma decisão contra as empresas japonesas sobre o trabalho em tempo de guerra proferida pelo Supremo Tribunal da Coreia do Sul.

O jornal conservador Chosun Ilbo observou que a Abe está no cargo há mais tempo do que qualquer outro primeiro-ministro japonês. O jornal prosseguiu afirmando que sua popularidade tem diminuído devido à percepção de fraquezas na resposta de seu governo à pandemia do coronavírus chinês.

Dada a longa história de tensões entre os países vizinhos, há muito interesse na Coreia do Sul quanto à identidade do próximo primeiro-ministro japonês.