Bolton revela as declarações de Trump sobre as cúpulas da Coreia do Norte

O ex-conselheiro de segurança nacional dos EUA, John Bolton, revelou observações que ele afirma terem sido feitas pelo presidente Donald Trump nas conversações de cúpula com o ditador norte-coreano, Kim Jong Un.

Bolton fez as revelações em seu novo livro “The Room Where It Happened” (A Sala Onde Aconteceu): A White House Memoir”, lançado nesta terça-feira (23).

Ele disse que Trump descreveu seu próximo primeiro encontro com Kim, em junho de 2018, como “um exercício de publicidade”, e disse que o presidente “estava preparado para assinar um comunicado sem substâncias”.

Na segunda cúpula, em fevereiro do ano passado, o líder norte-coreano procurou um levantamento das sanções dos EUA em troca do desmantelamento do complexo nuclear de Nyongbyon.

O livro diz: “Trump estava irritável e frustrado, perguntando se seria uma grande matéria se conseguíssemos um pequeno acordo ou se nos afastássemos”.

O livro também revelou que a intenção de Trump, por trás da terceira cúpula, realizado na aldeia de Panmunjom, na zona desmilitarizada entre as duas Coreias, em junho do ano passado, era chamar a atenção da mídia.

Bolton diz que Trump “não conseguia distinguir entre seus interesses pessoais e os interesses do país”.

Ele também observou que um assessor do presidente sul-coreano, Moon Jae-in, havia proposto, pela primeira vez, a cúpula EUA-Coreia do Norte em uma aparente tentativa de unificar as duas Coreias.

Bolton também revelou que pediu ao Japão, no ano passado, em nome de Trump, o valor de 8 bilhões de dólares anuais para receber as tropas americanas. O valor é mais de quatro vezes o montante que o Japão paga atualmente.

Bolton citou Trump dizendo-lhe que a maneira de conseguir os 8 bilhões de dólares em pagamentos anuais era “ameaçar retirar todas as forças norte-americanas”, pois isso o colocaria em “uma posição de barganha muito forte”.

O secretário de Estado norte-americano Mike Pompeo criticou Bolton em declaração na quinta-feira (18), dizendo que ele está “espalhando uma série de mentiras”.