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Japão recebe exposição de armas em busca de avanço tecnológico

Image © (Um veículo de combate móvel da Força de Autodefesa Terrestre Japonesa está em exibição em uma feira de equipamentos de defesa no salão de convenções de Makuhari Messe, na província de Chiba, nesta segunda-feira (18) / Reprodução / via Japan Today) Nov/2019

Japão recebe exposição de armas em busca de avanço tecnológico

A primeira exposição de armas do Japão abriu nesta segunda-feira (18), criando um fórum que o governo do Japão espera que o ajude a utilizar a tecnologia de que precisa para combater as ameaças representadas pela China e pela Coreia do Norte.

Cerca de 200 manifestantes se reuniram perto da entrada do centro de convenções perto de Tóquio, pedindo que a exposição do DSEI Japão, apoiada pelo governo, fosse encerrada, pois a consideravam uma afronta à constituição pacifista da nação.

Preocupado com o aumento da atividade militar chinesa no Mar da China Oriental e com os avanços dos mísseis balísticos da Coreia do Norte, o Japão aumentou os gastos com defesa nos últimos sete anos para cerca de US$ 50 bilhões anuais, adquirindo caças norte-americanos avançados, interceptores de defesa antimísseis e sistemas de radar.

“A tecnologia está avançando rapidamente e nosso equipamento não consegue lidar com coisas como ogivas e drones hipersônicos”, disse o Gen Nakatani, ex-ministro da Defesa e legislador sênior do Partido Liberal Democrata, governante, à Reuters na exibição de armas.

“A inovação está acontecendo em todo o mundo e, através de um intercâmbio o Japão será capaz de acompanhar”, acrescentou ele.

A China gasta mais de três vezes do que o Japão em defesa, enquanto avanços recentes da Coreia do Norte ameaçam tornar obsoletas as novas defesas de mísseis dopaís antes mesmo de serem utilizadas.

O governo do primeiro-ministro Shinzo Abe, em 2014, aboliu uma proibição de décadas, de exportações militares estrangeiras, numa tentativa de reduzir os custos de aquisição, permitindo que empresas japonesas como a Mitsubishi Heavy Industries ampliassem sua base de produção.

No entanto, nos mais de cinco anos desde que essa proibição terminou, o Japão não conseguiu, em grande parte, fazer incursões no exterior, prejudicado tanto pela falta de experiência quanto pela preocupação de que o risco reputacional de vender armas possa prejudicar outros negócios mais lucrativos.

Há ainda um interesse estrangeiro constante em explorar a tecnologia japonesa para uso militar, com empresas como a Lockheed Martin Corp , Raytheon Co e BAE Systems PLC procurando por novas parcerias no Japão.

“Há um grande interesse internacional em ver o que o Japão tem a oferecer ao mundo”, disse Alex Soar, Diretor de Desenvolvimento Internacional da Clarion Events, que organizou a feira que abrangeu equipamentos terrestres, aéreos e navais.

O governo de Abe enfrenta oposição em casa às políticas que alguns japoneses temem que possam corroer a constituição pacifista e anunciar um retorno ao militarismo que devastou o país na Segunda Guerra Mundial.

“Produzir mais armas não nos vai tornar mais seguros. O Japão tem que confiar na diplomacia”, disse um dos manifestantes, que só deu seu primeiro nome Takako.

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