Japão recebe exposição de armas em busca de avanço tecnológico
A primeira exposição de armas do Japão abriu nesta segunda-feira (18), criando um fórum que o governo do Japão espera que o ajude a utilizar a tecnologia de que precisa para combater as ameaças representadas pela China e pela Coreia do Norte.
Cerca de 200 manifestantes se reuniram perto da entrada do centro de convenções perto de Tóquio, pedindo que a exposição do DSEI Japão, apoiada pelo governo, fosse encerrada, pois a consideravam uma afronta à constituição pacifista da nação.
Preocupado com o aumento da atividade militar chinesa no Mar da China Oriental e com os avanços dos mísseis balísticos da Coreia do Norte, o Japão aumentou os gastos com defesa nos últimos sete anos para cerca de US$ 50 bilhões anuais, adquirindo caças norte-americanos avançados, interceptores de defesa antimísseis e sistemas de radar.
“A tecnologia está avançando rapidamente e nosso equipamento não consegue lidar com coisas como ogivas e drones hipersônicos”, disse o Gen Nakatani, ex-ministro da Defesa e legislador sênior do Partido Liberal Democrata, governante, à Reuters na exibição de armas.
“A inovação está acontecendo em todo o mundo e, através de um intercâmbio o Japão será capaz de acompanhar”, acrescentou ele.
A China gasta mais de três vezes do que o Japão em defesa, enquanto avanços recentes da Coreia do Norte ameaçam tornar obsoletas as novas defesas de mísseis dopaís antes mesmo de serem utilizadas.
O governo do primeiro-ministro Shinzo Abe, em 2014, aboliu uma proibição de décadas, de exportações militares estrangeiras, numa tentativa de reduzir os custos de aquisição, permitindo que empresas japonesas como a Mitsubishi Heavy Industries ampliassem sua base de produção.
No entanto, nos mais de cinco anos desde que essa proibição terminou, o Japão não conseguiu, em grande parte, fazer incursões no exterior, prejudicado tanto pela falta de experiência quanto pela preocupação de que o risco reputacional de vender armas possa prejudicar outros negócios mais lucrativos.
Há ainda um interesse estrangeiro constante em explorar a tecnologia japonesa para uso militar, com empresas como a Lockheed Martin Corp , Raytheon Co e BAE Systems PLC procurando por novas parcerias no Japão.
“Há um grande interesse internacional em ver o que o Japão tem a oferecer ao mundo”, disse Alex Soar, Diretor de Desenvolvimento Internacional da Clarion Events, que organizou a feira que abrangeu equipamentos terrestres, aéreos e navais.
O governo de Abe enfrenta oposição em casa às políticas que alguns japoneses temem que possam corroer a constituição pacifista e anunciar um retorno ao militarismo que devastou o país na Segunda Guerra Mundial.
“Produzir mais armas não nos vai tornar mais seguros. O Japão tem que confiar na diplomacia”, disse um dos manifestantes, que só deu seu primeiro nome Takako.
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