Tensões aumentam em meio a disputa comercial entre Japão e Coreia do Sul

As tensões entre os vizinhos asiáticos estão aumentando na sequência da decisão do Japão de retirar a Coreia do Sul da sua lista de parceiros comerciais elegíveis para procedimentos de exportação preferenciais.

No centro de Seul, os manifestantes se mobilizaram contra a última ação do Japão. Os participantes pediram a Tóquio que retirasse sua decisão. Eles levantaram cartazes denunciando a administração do primeiro-ministro japonês Shinzo Abe, e disseram que estavam preparados para lutar até o fim.

O governo sul-coreano anunciou na sexta-feira (2), que também removerá o Japão de sua própria lista de parceiros comerciais confiáveis. Ele também disse que vai intensificar os preparativos para levar a questão para a Organização Mundial do Comércio.

Em uma reunião do Gabinete no sábado (3), as autoridades sul-coreanas discutiram outras contra-medidas.

Depois disso, o primeiro-ministro sul-coreano, Lee Nak-yon, disse: “A última decisão do Japão é a segunda retaliação contra a Coreia do Sul”. Acrescentando que “o Japão cruzou uma linha que não deve ser cruzada”.

Ele revelou que seu governo dará apoio financeiro às empresas afetadas e que o fundo também vai ajudar o país a desenvolver seus próprios materiais para a produção de microchips.

O Japão reforçou os controles de exportação de produtos químicos usados para fabricar os chips.

O ministro japonês das Relações Exteriores, Taro Kono, conversou com repórteres sobre o assunto no sábado (3), na Tailândia, onde se reuniu com seus homólogos das nações do sudeste asiático.

Kono disse, “Aplicar controles de exportação é uma obrigação para o Japão como um membro responsável da comunidade internacional”. Acrescentando que “outras nações, incluindo os Estados Unidos, entendem bem a posição do Japão”.

O ministro japonês do Comércio, Hiroshige Seko, também ponderou. Ele falou em Pequim, onde ministros de 16 países se reuniram para discutir o livre comércio.

Ele disse que, “O Japão está revendo seus controles de exportação para implementá-los de forma mais apropriada para a segurança nacional”. Ele insistiu que “as medidas não violam as regras da OMC e não têm impacto sobre a cadeia de abastecimento global”.