Japão revogará o status comercial de confiança da Coreia do Sul na quarta-feira, como planejado
O ministro do Comércio, Hiroshige Seko, disse, nesta terça-feira (27), que o Japão seguirá com planos para revogar o status da Coreia do Sul como um parceiro comercial confiável, um movimento que aprofundará o fosso entre os vizinhos em conflito.
“Vamos realizar (o plano)”, disse Seko em uma coletiva de imprensa, deixando de lado a crítica de que o movimento tem a intenção de golpear a economia sul-coreana.
“Esta é uma decisão interna destinada a implementar os controles de exportação adequados. Não pretende impactar as relações entre Japão e Coréia do Sul”, acrescentou.
O Japão removerá a Coreia do Sul de uma “lista branca” de 27 países que gozam de restrições comerciais mínimas sobre produtos sensíveis, incluindo componentes eletrônicos. Países não listados devem receber aprovação caso a caso do Ministério da Economia, Comércio e Indústria antes que tais produtos possam ser exportados.
A medida está prevista para entrar em vigor à meia-noite desta terça-feira (27), já tendo sido aprovada pelo gabinete do primeiro-ministro Shinzo Abe.
Seul reagiu fortemente, dizendo na semana passada que vai terminar um pacto de compartilhamento de inteligência militar com Tóquio, que ajuda os aliados dos EUA a combater as ameaças de mísseis da Coreia do Norte.
O primeiro-ministro sul-coreano, Lee Nak Yeon, disse, na segunda-feira, que a decisão de sair do Acordo Geral de Segurança de Informação Militar, ou General Security of Military Information Agreement – GSOMIA, poderia ser reconsiderada se Tóquio cancelasse suas medidas comerciais, opção rejeitada por Seko.
Os controles comerciais são uma questão que estão em uma “dimensão completamente diferente” da inteligência militar, disse Seko, acrescentando que ele “não pode entender por que a Coreia do Sul iria relacionar os dois”.
Tóquio já implementou controles mais rígidos sobre as exportações de alguns materiais, necessários para os fabricantes sul-coreanos de semicondutores e monitores, incluindo a Samsung Electronics Co. e SK Hynix Inc.
Seul vê a mudança como uma retaliação pelas decisões do tribunal sul-coreano, no ano passado, ordenando que reparações sejam pagas a pessoas que afirmam ter sido forçadas a trabalhar em fábricas japonesas durante o domínio colonial japonês da Península Coreana de 1910 a 1945.
O Japão sustenta que a questão da compensação foi resolvida “final e completamente” por um acordo bilateral de 1965, ao abrigo do qual forneceu à Coreia do Sul 500 milhões de dólares em ajuda financeira.
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