Consul Geral do Brasil visita a comunidade da província de Shiga

O Consul Geral do Brasil, Nei F. Bitencourt, que atualmente está lotado no Consulado de Nagoia, esteve visitando, pela terceira vez, a comunidade brasileira de Shiga-Ken, nesta quarta-feira (17).

Diplomata de carreira, já serviu no Japão, na Embaixada de Tóquio entre 1996 a 1999, ainda no começo da presença brasileira no país.

Consul Geral do Brasil, Nei F. Bitencourt, homenageado pela Prefeitura da cidade de Konan (foto by Rosa Nakata, Colégio Santana)

Desta vez, já está no país há um ano e meio, e como normalmente, os postos são trocados a cada quatros anos, ainda terá pela frente dois anos e meio no país.

Antes de vir ao Japão, passou 9 anos Africa, sendo 4 anos em Moçambique (país de língua portuguesa) e 5 anos em Camarões, antes serviu nos EUA, em Washington por três anos.

O Consulado Geral de Nagoia tem sua jurisdição desde Aichi-Ken até Okinawa, atendendo a cerca de  130 mil brasileiros.

Devido a distribuição geográfica e longas distâncias até o Consulado na cidade de Nagoia, o Consul tem se desdobrado para manter o bom trabalho, que sempre caracterizou essa repartição, inclusive inovando quanto ao atendimento, para que mais cidadãos possam ser recebidos.

Apesar de seu pouco tempo em Nagoia, o Consul tem visitado as diferentes comunidades brasileiras no país, ouvindo suas demandas e procurando formas de melhor atender.

Em sua terceira visita à Shiga, esteve visitando empresários brasileiros na cidade de Konan e Koka, dizendo-se otimista quanto a quantidade e desenvolvimento de empreendedores de sucesso na província.

Visitou também várias escolas e fez a distribuição de livros em língua portuguesa, para que as crianças, mesmo estando em escolas japonesas mantenham contato com nossa cultura, destacando que a cidade de Konan é um modelo de políticas de integração social, enaltecendo seu prefeito que muito tem feito pela comunidade brasileira.

O Consul acredita que o Japão tem um carinho especial pelo Brasil, pois praticamente todas as prefeituras e hospitais em cidades com concentração de brasileiros possuem intérpretes, facilitando a vida dos dekasseguis e imigrantes no país.

O Brasil é a quarta maior comunidade estrangeiras no Japão, atrás de China, Coreia e Filipinas, todos países asiáticos, porém, os brasileiros possuem laços sanguíneos com os japoneses e talvez por isso haja um tratamento diferenciado aos nossos compatriotas.

O Consulado está, agora, fazendo uma campanha para arrecadação de livros, caso alguém tenha livros em português e quer se desfazer dos mesmos, basta enviá-los a repartição em Nagoia.

Bitencourt diz que, como em todas as comunidades estrangeiras, há vários níveis de organização e estabilidade, encontrando em Shiga diversas iniciativas conjuntas, como torneio de futebol de salão, vôlei, judo, jiu-jitsu que servem como válvula de escape para o dia a dia estressante do brasileiro que encontra-se submetido a fortes pressões como carga horária de trabalho pesada, atenção a família prejudicada, depressão, saudades de familiares e amigos no Brasil.

As iniciativas conjuntas e auto organização, com o apoio de empresários e líderes comunitários diminuem a carga de estresse, melhorando a qualidade de vida do cidadão.

Quanto a demanda da comunidade pela obrigatoriedade de frequência escolar pelo governo japonês, Bitencourt diz ser favorável, inclusive tendo levado essa preocupação tanto ao governo brasileiro quanto japonês, nos mais altos níveis.