Tecido criado a partir de cascas de laranja, além de sustentável, transmite nutrientes à pele.

 

As jovens italianas, Adriana Santanocito e Enrica Arena, criaram, em parceria com o Instituto Politécnico de Milão- com a qual obtiveram patente internacional, o “Orange Fiber”, um tecido tecnológico feito a partir de cascas, bagaços e sementes de laranja.

Através da nanotecnologia – técnica que permite a criação de novos materiais a partir da manipulação de átomos e moléculas – os óleos essenciais e a vitamina C derivados da fruta são fixados ao tecido em microcápsulas e transmitidos ao corpo gradualmente.

A fase do processo, que garante a fixação das microcápsulas ao tecido, é realizada por uma indústria cosmética. “O resultado é um tecido macio e brilhante, semelhante à seda. Além disso, as substâncias inseridas nas fibras têxteis nutrem a pele sem deixar resíduos ou perfume. É como usar um creme hidratante pela manhã”, afirma Enrica.

O tecido vitaminado é resistente às lavagens. Com a tecnologia atual, elas garantem a presença dos nutrientes nas fibras têxteis por até dez lavagens, mas pretendem aumentar o tempo de resistência das microcápsulas ou até mesmo torná-las recarregáveis, com o uso de amaciantes criados especificamente.

O tecido foi criado em Milão, mas com o coração na Sicília, ilha italiana conhecida também pela produção de laranjas e limões, e onde ambas nasceram. A novidade, além de ter recebido diversos prêmios e ter sido selecionada para participar da Expo Milão, em 2015, atraiu a atenção do mundo da moda recebendo encomendas por parte de várias marcas de luxo.

Na primeira fase de transformação da matéria prima em fibra têxtil são reaproveitadas cerca de dez toneladas de restos de laranja, suficientes para produzir quatro mil metros de tecido.

O tecido cosmético é um belo exemplo de moda sustentável que, embora ainda seja um produto de nicho, vem com o objetivo de ser difuso e acessível a todos.

Por Taiara Desirée

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