João Ventura é convidado para participar das comemorações dos 50 anos de carreira do cantor e compositor Toquinho em Portugal.
João Ventura, foi convidado para participar das comemorações dos 50 anos de carreira do cantor e compositor Toquinho que desta vez será realizada em Portugal, assim como tem acontecido em outros países onde Toquinho tem grande prestígio pelo talento, musicalidade e por ser um dos grandes ícones da MPB de fama internacional. O show será realizado no dia 17 de abril em Lisboa no Teatro Tivoli BBVA e no dia 18 em Porto na Casa da Música – Sala Suggia. João Ventura é um jovem de grande talento que busca produzir no seu trabalho musical uma sonoridade consistente, enriquecida pelo swing brasileiro combinado com a erudição da música clássica. Abaixo um pouco sobre a trajetória desse jovem grande talento brasileiro brilhando no exterior.
Músico, cantor e compositor, João é formado em música e mestre em piano pela UFBA. O amor pela música vem de berço. O avô João Mello, foi um respeitável crooner de boates na Bahia e Rio de Janeiro, nas décadas de 1940, 50 e 60, e produtor da Som Livre e Philips nas décadas de 1970 e 1980, tendo descoberto grandes nomes da MPB, entre eles Djavan e Jorge Ben. Além de cantor e produtor, o avô de João teve mais de 100 composições gravadas por grandes ícones da música como: MPB 4, Djavan, Zeca Pagodinho, João Donato e Baden Powell. Donao e Powell foram grandes parceiros na música e na vida do artista.
Nascido em 1985, João viveu em Aracaju até 2004. Suas raízes artísticas foram herdadas além do avô, pela mãe bailarina do Teatro Municipal de Niterói, que além de ser uma grande cantora, sempre foi uma grande incentivadora da arte. O pai, um habilidoso violonista de canções populares, é um grande entusiasta da música em suas formas mais expressivas.
Aos quatro anos João descobriu o piano e o encantamento foi instantâneo, tendo como professora, a musicista Lina Souza. Aos sete anos iniciou os estudos da música erudita até os treze com o professor Paulo César Prado, fazendo aulas paralelas de violão. O piano e o violão fizeram parte da adolescência de João, que aos poucos descobria que era possível cantar, exercitando nas rodas de amigos até a interpretação em festivais, de canções próprias. Em quase todos que participou, foi finalista. Em um deles, o Sescanção 2007, o artista ganhou o primeiro lugar.
Em 2008, concluiu o seu primeiro CD autoral, intitulado Foi Declarado Samba. O álbum conta com 14 faixas autorais, quase todas voltadas para o samba. O lançamento do disco ocorreu em 16 de janeiro de 2009 no teatro Lourival Baptista na cidade de Aracaju. Foi Declarado Samba, a primeira música do álbum, foi finalista do festival UNIFEST-BA. Para Quedas e Olívia Sambou, outras duas canções do mesmo disco, foram finalistas do Prêmio Banese de Música.
Em Salvador, João gravou seu segundo disco autoral, intitulado Chega Mais, que é basicamente uma mistura da música pop com a percussividade característica da Bahia. O disco ganhou notoriedade no cenário local, com a canção Café finalista do Festival da Educadora FM. Ainda em Salvador, o artista foi co fundador do projeto Kromosons, ao lado de André Magalhães. Eles resolveram unir suas habilidades em prol de uma produção diversificada e consistente. Trabalhar juntos, para eles, significou a fusão entre um músico-arranjador e produtor audiovisual com um pianista, violonista, cantor e compositor. Não se pode rotular a sonoridade do grupo; não existe bandeira, o lema é música de qualidade.
Outra característica forte do projeto é a fusão artística, promovendo encontros com
outros músicos, que surgem para somar e dar ainda mais cor ao Kromosons. Nos primeiros vídeos divulgados do projeto, já se pode perceber a participação de grandes
músicos, como Mokhtar Samba, renomado baterista africano no cenário mundial; Dan
Reckard, saxofonista e pianista natural de Los Angeles; Michael Pipoquinha, baixista
promissor que vem despontando no cenário nacional; Denise de Macedo, cantora brasileira que vem fazendo seu nome na Europa; Carla Casarim, finalista do The Voice
Brasil III; Ellen Oléria, campeã do The Voice Brasil I, dentre tantas outras e sempre
especiais participações.
Apesar do pouco tempo de existência do Kromosons, duas músicas foram classificadas em festivais: “Carrossel” – canção do primeiro clipe do grupo – foi selecionada e finalista no Prêmio Caymmi de Música e “Zero a Três” – música que compôs o segundo clipe – ganhou o 2º lugar no FEM (Festival de Música de São José do Rio Preto). Em julho de 2015, João Ventura foi aprovado na seleção de doutorado em piano na cidade de Lisboa, onde reside atualmente. No mesmo ano realizou três turnês pela Europa: Grécia, Itália e Suíça.
Sobre o projeto Contraponto, há aproximadamente sete anos, João denominava-se como músico essencialmente popular. Apesar do estudo da música erudita na infância, o artista estabelecera um forte
contato com a “música de rua”, distanciando-se dos estudos formais. A aproximação, principalmente com o samba, tornava-se cada vez mais íntima e o contato com a música de Chico Buarque, Djavan, Tom Jobim e companhia ia se firmando na formação musical do artista.
Ao passar no vestibular da UFBA, Ventura fazia alguns questionamentos, que giravam em torno do seguinte dilema: a orientação do curso da universidade era erudita, mas ele – como já mencionado – era popular. À medida que o curso se desenrolava, tais questões foram rechaçadas, pois João descobriu o quanto o “toque” erudito poderia auxiliar sua música popular. O acesso às mais diversas técnicas e gamas sonoras da música “clássica” incrementariam e muito a sua vida artística.
O contato com o novo foi tão exacerbado que, lá pelo terceiro ano de curso, a coisa praticamente se invertera. O músico popular dedicava-se quase que integralmente à música erudita. Ele participou de diversos concursos e seminários ao redor do Brasil e chegou a pensar na carreira de concertista, ao vislumbrar a ida para a Europa a fim de aprofundar os estudos. Lá pelo fim do curso, Ventura começou a sentir falta de sua música brasileira. Aquele estudo formal não o preenchia por completo. Desta forma, o artista voltou a dedicar-se ao violão, “abrasileirou” seu piano e voltou a cantar.
E agora? Popular ou Erudito?
O que era tida como dicotomia pela maioria dos artistas foi transformada em complementaridade. João une as duas correntes (popular e erudita) procurando extrair o que há de melhor em cada uma. Mais que isso, o artista propõe uma mistura sonora, na qual dois ou mais estilos diferentes convivem em perfeita harmonia nas peças que o mesmo executa, proporcionando sempre um toque erudito em suas interpretações, no que tange à forma e à sonoridade. Foi neste contexto que surgiu o projeto “Contraponto”.
A importância de um projeto como este é dada por dois fatores principais: renovação sonora e fusão estilística. A renovação se dá no momento em que músicas compostas em períodos distintos são combinadas, sem que haja discrepâncias. Ao produzir os arranjos, João promove um encontro entre estilos diferentes, preocupando-se com a harmonia composicional entre eles. Por exemplo: uma das releituras comporta uma mistura entre a Insensatez, de Tom Jobim, e a Sonata ao Luar, de Beethoven. A paixão não correspondida de Beethoven por uma mulher – a qual foi o centro motivador da sonata – carrega um sentimentalismo profundo e uma carga dramática marcante.
O mesmo é percebido em “Insensatez”. A letra fala de um término de relacionamento, onde alguém saiu com o coração partido e deseja uma reconciliação, que ao que parece, não chega a acontecer. Estes amores “impossíveis” fazem parte do universo dessas duas canções, que, combinadas, originam um encontro entre Tom Jobim e Beethoven, despertando toda a tristeza sublime cantada pelo maestro brasileiro, combinando-a a dramática consternação do gênio alemão. Depois destas constatações, parte-se para a comparação estrutural entre as duas obras. Após alguns ajustes melódicos e harmônicos, finalmente surge uma
nova canção.
Sobre a fusão estilística, ela é essencial à quebra de paradigma. Combinar o Libertango, de Piazzolla, com Espumas ao Vento, de Accioly Neto, com todo o cuidado citado no parágrafo anterior, é algo desafiador e audacioso. É um trabalho que, se for feito sem o devido cuidado, pode soar como uma execução do novo pelo novo. A intenção não é essa, mas sim, desenvolver uma pesquisa para a concepção dos arranjos, aproximando correntes distintas, de modo a criar uma nova sonoridade e propiciar a coexistência dos mais diversos estilos, no mesmo espaço de tempo. Vale ressaltar que o projeto “Contraponto” não conta somente com combinações entre música erudita e popular específicas. Em alguns arranjos, a canção nacional é misturada com padrões de acompanhamento oriundos da música clássica, romântica, impressionista e afins. Além disso, existem mais combinações, como por exemplo: baião
com salsa, samba com jazz, entre outras.
Website: http://www.joaoventura.com.br/
Facebook: https://www.facebook.com/joaoventurasom/
Youtube: https://www.youtube.com/user/joaoventura23
Soundcloud: https://soundcloud.com/joaoventura
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