Para analista, em caso de conflito bélico, Pyongyang “não duraria nem 24 horas”.
Em uma entrevista ao RT, Santiago Castillo, jornalista especializado no Nordeste Asiático, falou sobre as recentes tensões na península coreana e analisou a hipótese de um verdadeiro conflito aberto entre as partes.
O jornalista e diretor da edição digital AsiaNorthEast, Santiago Castillo, que também trabalhou como correspondente da EFE na Coreia do Norte, falou com o RT sobre a possibilidade de uma nova escalada em torno da península da Coreia.
“Não vai haver nenhuma guerra nuclear. Há uma autêntica exageração no Ocidente sobre o que se passa na Coreia do Norte que se deve, em parte, a um grande desconhecimento. A Coreia do Norte não está em condições de atacar ninguém, por maior que seja seu desenvolvimento nuclear”, afirmou.
O especialista ressaltou que os constantes lançamentos de mísseis por parte da Coreia do Norte são apenas uma medida para consumo interno e manter a própria sobrevivência do regime e do líder Kim Jong-un, mas “estamos muito longe de uma guerra nuclear”.
“Ou seja, se a Coreia do Norte atacasse, agora mesmo, seus inimigos de sempre, e estes, como ela diz, são os EUA e a Coreia do Sul, e se mantivesse esse conflito bélico o país não duraria nem 24 horas, já que não tem infraestrutura suficiente para isso. Tem Forças Armadas que, em geral, são muito obsoletas”, argumentou Castillo.
Além disso, o analista assinalou que a possibilidade de os próprios EUA, e muito mais a Coreia do Sul, atacarem primeiro é extremamente baixa, mesmo com Donald Trump que é “imprevisível em tudo”.
A razão para isso, na opinião do especialista, é que Pyongyang, antes de ser “destruída pelos EUA”, ou seja, já após o lançamento de um míssil, terá tempo suficiente para efetuar um ataque contra Seul (que está a 50 km) ou contra Tóquio, causando um número enorme de vítimas. Evidentemente, ninguém quer arriscar isso.
Entretanto, ele realçou que, embora nunca haja uma verdadeira guerra nuclear, o pior é que, com o constante desenvolvimento nuclear norte-coreano, se está alimentando a instabilidade na região, sendo que esta se arrasta desde que a península ficou dividida, em 1948.
Na opinião de Castillo, a única maneira de solucionar a crise é voltar às suspensas negociações entre as seis partes — EUA, Japão, China, Rússia e as duas Coreias.
Respondendo à questão por que estas conversações pararam em 2008, o especialista frisou que “tudo o que suponha uma certa normalidade, uma certa calma, não interessa ao regime nuclear”, e Pyongyang “está permanentemente em estado bélico”.
Entretanto, ele ressaltou que na Coreia do Sul, hoje em dia, tem um novo presidente que ofereceu a Pyongyang condições novas neste campo, mas Kim Jong-un nem respondeu à proposta.
“A China, por sua vez, insistiu que deve abandonar o tema nuclear e se focar em outros temas como o reconhecimento diplomático, o petróleo e outros pontos para, basicamente, resolver sua falta de energia e de ajuda humanitária. Porém, isto não interessa à Coreia do Norte. E eu acredito que aqui, se houver mais pressão por parte da China e outros países para regressar às negociações entre seis partes, talvez seja um bom início”, resumiu.
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