Grupo de ataques dos EUA aproxima-se de águas coreanas enquanto Trump mantém conversações com Abe e Xi.
O presidente da China, Xi Jinping, pediu que todas as partes exerçam contenção, nesta segunda-feira (24), em um telefonema com o presidente dos EUA, Donald Trump, quando Japão e Coréia do Sul juntam-se a exercícios militares com o grupo de ataque do porta-aviões USS Carl Vinson.
A Coréia do Norte disse, neste final de semana, que estava pronta para afundar o porta-aviões dos EUA, o USS Carl Vinson, que Trump ordenou que se dirigisse à Península Coreana como advertência a Pyongyang, a respeito de armas nucleares.
A Coreia do Norte disse, nesta segunda-feira (24), que o envio do USS Carl Vinson é “um ato extremamente perigoso, por parte dos que planejam uma guerra nuclear para invadir o Norte”.
“Os Estados Unidos devem considerar, cuidadosamente, qualquer consequência catastrófica de seu insensato ato provocativo militar”, disse o Rodong Sinmun, jornal oficial do Partido dos Trabalhadores do Norte, em um comentário na segunda-feira.
“O que espera pelos agressores é somente cadáveres e mortes”, disse o jornal.
O Japão disse, neste domingo (23), que enviou dois destroyers para se juntarem ao grupo de ataque do USS Carl Vinson, para treinos, e a Coréia do Sul disse que também estava em negociações sobre a realização de exercícios navais conjuntos.
A China está cada vez mais preocupada com a possibilidade de que a situação fique fora de controle, levando à guerra e ao colapso do caótico, pobre e isolado vizinho.
Xi disse a Trump que a China se opõe, resolutamente, a qualquer ação que vá contra as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas, em um comunicado do Ministério das Relações Exteriores.
A China “espera que todos os lados envolvidos exerçam a contenção, e evitem fazer qualquer coisa para piorar a tensa situação na península”, afirmou a declaração de Xi.
A questão nuclear só pode ser resolvida, rapidamente, com todos os países envolvidos caminhando na mesma direção, e a China está disposta a trabalhar com todas as partes, incluindo os Estados Unidos, para garantir a paz, disse Xi.
As tensões aumentaram, nitidamente, nos últimos meses, com Washington e seus aliados temendo que Pyongyang pudesse realizar outro teste com mísseis nucleares ou lançar mais mísseis balísticos, desafiando as sanções das Nações Unidas.
A Coréia do Norte comemora o 85º aniversário da fundação de seu Exército Popular na terça-feira (25), e marcou eventos semelhantes no passado com testes nucleares ou lançamentos de mísseis.
Conversações Abe-Trump
Nesta segunda-feira, o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, descreveu sua conversa com Trump como uma “exaustiva troca de pontos de vista”.
“Nós concordamos em exigir, fortemente, que a Coréia do Norte, que está repetindo sua provocação, mostre contenção”, disse Abe a repórteres.
“Vamos manter contato próximo com os Estados Unidos, manter um alto nível de vigilância e responder com firmeza”, disse ele.
Abe também disse que ele e Trump concordaram que a China, o único grande aliado da Coreia do Norte, deve desempenhar um papel importante para lidar com Pyongyang.
Um oficial japonês disse que o telefonema entre Trump e Abe não foi solicitado por qualquer mudança específica na situação.
O governo dos EUA não especificou onde está o grupo de ataque do porta-aviões, mas o vice-presidente, Mike Pence, disse no sábado (22), que este chegaria “dentro de dias” à águas da Península Coreana.
O porta-voz do Ministério da Defesa sul-coreano, Moon Sang-gyun, não deu maiores detalhes sobre os planos do Sul, exceto dizendo que Seul estava mantendo conversações com a Marinha dos EUA.
“Posso dizer que os militares da Coréia do Sul e dos EUA estão totalmente prontos para o teste nuclear da Coréia do Norte”, disse Moon.
Funcionários da Coréia do Sul e dos EUA temem, há algum tempo, que a Coréia do Norte possa realizar em breve seu sexto teste nuclear.
Imagens de satélite analisadas pelo 38 North, um projeto de monitoramento da Coréia do Norte baseado em Washington, encontraram algumas atividades em andamento no local de testes nucleares, Punggye-ri, da Coréia do Norte, na semana passada.
No entanto, o grupo disse que não estava claro se o local estava em uma “pausa tática” antes de outro teste ou estava realizando operações normais.
Somando-se à intensificação das tensões, a Coréia do Norte prendeu um cidadão norte-americano no sábado, enquanto estava deixando o país.
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