Pela primeira vez, passa de um milhão o número de trabalhadores estrangeiros no Japão. O número de trabalhadores estrangeiros no Japão ultrapassou 1 milhão pela primeira vez no ano passado, com o país lutando para encontrar mão de obra japonesa, suficiente para suprir o mercado.
Um pouco mais de um milhão de estrangeiros, de países como China e Vietnã, estavam trabalhando no Japão em outubro do ano passado, os dados do ministério do trabalho foram apresentados nesta sexta-feira (27 de janeiro), com um aumento de quase 20% em relação ao ano anterior e um novo recorde, pelo quarto ano consecutivo.
Os números sugerem que o Japão está cada vez mais se voltando para os trabalhadores do exterior, para preencher sua escassez de mão-de-obra, apesar de sua relutância em aceitar estrangeiros.
O Japão enfrenta sua pior crise de trabalho desde 1991, em meio a uma população em declínio e envelhecimento, o que levou a pedidos do Fundo Monetário Internacional para que aceitasse trabalhadores estrangeiros para impulsionar o crescimento econômico.
O primeiro-ministro, Shinzo Abe, disse que o país deve colocar mais mulheres e idosos para trabalhar primeiro, antes de aceitar imigrantes, mas os políticos estão procurando maneiras de atrair mais trabalhadores estrangeiros, sem classificar de “imigração”.
Em dezembro, o governo expandiu o escopo de um sistema de aceitação de trabalhadores “trainee” de países em desenvolvimento, ao mesmo tempo que criou um novo status de visto para enfermeiros e auxiliares domésticos.
Ele também visa a contratação de estrangeiros altamente qualificados, como pesquisadores acadêmicos, facilitando o caminho para a residência permanente.
A escassez de mão-de-obra é especialmente grave no setor da construção, onde a demanda aumentou antes dos Jogos Olímpicos de Tóquio em 2020 e para a reconstrução após o terremoto e tsunami de 2011.
Mais de 41.000 estrangeiros impulsionaram a indústria da construção em outubro do ano passado, ante cerca de 29 mil no ano anterior.
Em novembro, havia oito vezes mais ofertas de emprego para montar estruturas de construção de aço, segundo dados governamentais.
“Nós temos supervisores no local, mas pessoas que realmente fazem o trabalho, ou seja, mão-de-obra não qualificada, é que está em falta”, disse o gerente de uma grande empresa de construção japonesa.
“É aí que precisamos encontrar trabalhadores, e por que estamos tentando abrir as portas aos imigrantes”.
Os trabalhadores da China representaram mais de 30% da força de trabalho estrangeira, aumentando 6,9% em relação ao ano anterior.
Os trabalhadores vietnamitas ficaram em segundo lugar, representando cerca de 16% do total de trabalhadores estrangeiros, com aumento de 50% em relação ao ano anterior.
Uma investigação da Reuters, no ano passado, mostrou como os requerentes de asilo, alguns dos quais são proibidos de trabalhar, estão trabalhando em projetos de obras públicas, em meio à escassez de trabalhadores da construção civil japonesa.
O sistema de estagiários, cujo objetivo é treinar trabalhadores estrangeiros para que possam levar as habilidades adquiridas de volta ao seu país de origem, é freqüentemente utilizado por empresas com escassos recursos para proteger os trabalhadores.
O programa tem sido muito criticado por casos de trabalho abusivo, incluindo horas extras ilegais e salários não pagos, o que levou à críticas da Human Rights Watch e do Departamento de Estado dos EUA.
Cerca de 20% dos trabalhadores estrangeiros eram estagiários em outubro passado, segundo dados do Ministério do Trabalho, com aumento de mais de 25% em relação ao ano anterior.
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