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quarta-feira, 15 outubro, 2025 10:01: pm
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Analistas dizem que Coréia do Norte não está blefando quanto ao lançamento de míssil balístico intercontinental

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Analistas dizem que Coréia do Norte não está blefando quanto ao lançamento de míssil balístico intercontinental. O país alcançou progressos significativos, apesar das sanções da ONU, nos testes nucleares e de lançamentos de foguetes de longo alcance.

A Coréia do Norte trabalhou, até 2016, no desenvolvimento de componentes para um míssil balístico intercontinental – intercontinental ballistic missile (ICBM), o que torna plausível a alegação da nação de que está perto de um lançamento-teste.

Uma vez plenamente desenvolvido, um ICBM norte-coreano poderia ameaçar os Estados Unidos continental, cerca de 9.000 km de distância.

Os meios de comunicação estatais de Pyongyang ameaçam regularmente os Estados Unidos com um ataque nuclear, mas antes de 2016 o Norte parecia estar muito longe de fazê-lo.

“Pyongyang é muito mais adiantado em seu desenvolvimento de mísseis do que a maioria das pessoas pensam”, disse Melissa Hanham, associada sênior de pesquisa no Middlebury Institute of International Studies, de Monterey, na Califórnia.

A Coréia do Norte vem testando motores de foguetes e escudos térmicos para um ICBM, enquanto desenvolve a tecnologia para guiar um míssil após a reentrada na atmosfera, disseram especialistas nesta segunda-feira.

Enquanto Pyongyang está perto de realizar um teste, é provável que leve ainda alguns anos para aperfeiçoar a arma.

Hanham disse que o teste do norte, em abril, de um motor de combustível líquido grande o suficiente para impulsionar um ICBM, era seu desenvolvimento principal.

“O teste do motor líquido foi surpreendente”, disse Hanham. “Durante anos sabíamos que a Coréia do Norte tinha um projeto de um míssil soviético R-27. Eles re-projetaram o projeto desse motor para dobrar sua propulsão”.

A Coréia do Norte disse que é capaz de montar uma ogiva nuclear em um míssil balístico, mas suas alegações de serem capazes de miniaturizar um dispositivo nuclear nunca foram verificadas independentemente.

A nação conseguiu esse progresso apesar das sanções impostas pelo Conselho de Segurança da ONU, para seus testes nucleares e lançamentos de foguetes de longo alcance, que datam de 2006.

As sanções proíbem o comércio de armas e o fluxo de dinheiro que pode financiar o programa de armas do país.

A Coreia do Norte tem urânio suficiente para seis bombas por ano, e muito do que precisa para seus programas nucleares e de mísseis depende do projeto e da tecnologia da era soviética.

Ela pode produzir grande parte de suas peças de mísseis no próprio país e investiu pesadamente em sua infraestrutura de desenvolvimento de mísseis no ano passado, financiada por vendas de armas pequenas e taxando os comerciantes ricos em sua economia de mercado não oficial.

A ofensiva da propaganda

Ao longo do ano, a mídia estatal norte-coreana mostrou imagens de inúmeros testes de componentes de mísseis, alguns dos quais revelaram detalhes de motores e escudos de calor, projetados para proteger um foguete ao reentrar na atmosfera terrestre.

A ofensiva da propaganda pode ter revelado alguns segredos militares, mas também pode ter sido uma tentativa de silenciar os analistas externos, muitos dos quais haviam permanecido céticos em relação ao programa de mísseis do Norte.

“Eles estão respondendo às críticas públicas dos especialistas dos EUA”, disse Joshua Pollack, editor da Nonproliferation Review, com sede nos Estados Unidos.

“Muita gente questionou se eles tinham um escudo térmico da classe ICBM, então eles nos mostraram.”

Apesar da pesquisa, Pyongyang experimentou dificuldades consideráveis em seu míssil de médio alcance Musudan, projetado para voar cerca de 3.000 km. Teve sucesso apenas uma vez em oito tentativas de lançamento, no ano passado.

A Coréia do Norte disparou foguetes de longo alcance no passado, mas caracterizou esses lançamentos como pacíficos e projetados para colocar objetos no espaço.

Ainda assim, o Ministério da Defesa sul-coreano acredita que o foguete, de três estágios, Kwangmyongsong usado por Pyongyang para colocar um satélite no espaço em fevereiro passado já tem um alcance potencial de 12.000 km, se fosse reestruturado.

Fazer isso exigiria dominar a tecnologia de “lançamento a frio” mais segura e aperfeiçoar a habilidade de um foguete de voltar a entrar na atmosfera da Terra sem se romper.

“A Coréia do Norte está trabalhando arduamente para desenvolver a tecnologia de lançamento a frio e a reentrada atmosférica, mas a Coréia do Sul e os EUA terão que avaliar, exatamente, qual o nível de desenvolvimento que alcançaram”, disse Roh Jae-cheon, na segunda-feira.

A Coreia do Norte começou a intensificar o seu desenvolvimento de mísseis em março de 2016, disse Roh, mas acrescentou que não havia “sinais incomuns” relacionados com os preparativos de testes, de acordo com os militares sul-coreanos.

Naquele mesmo mês, Kim Jong-un foi fotografado olhando para um pequeno objeto, semelhante a uma bola, que a agência estatal norte-coreana KCNA disse ser uma ogiva nuclear miniaturizada – o dispositivo que a Coréia do Norte precisaria, para cumprir sua ameaça de ICBM.

“2016 marcou o ano em que a Coréia do Norte realmente aumentou seu programa de armas de destruição em massa – [Weapons of Mass Destruction] (WMD)”, disse Hanham.

“Acho que vamos ver um teste de vôo [ICBM] em 2017.”

Fonte: Agência de Notícias Reuters
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