Será que vamos realmente fazer amor com robôs? Sim, diz o Prof. Adrian David Cheok da Malásia. Como será um robô sexual? Os seres humanos se apaixonarão por robôs? As pessoas poderão se casar com robôs no futuro?

Estas foram apenas algumas das perguntas da pesquisa debatidas no Segundo Congresso Internacional sobre Amor e Sexo com Robôs realizada em Londres na semana passada.
A conferência foi transferida da Malásia para Londres no início do ano, depois que o chefe de polícia da Malásia considerou o congresso ilegal.
As perguntas, como poderia se esperar, foram infinitas. E embora as respostas fossem, nesta fase inicial do desenvolvimento tecnológico, longe de serem definitivas, poucas estavam em disputa de que sexo, e até mesmo amor, com robôs acontecerá – e provavelmente mais cedo do que esperamos.
Co-organizador da conferência, o professor Adrian David Cheok, que é diretor do Imagineering Institute na Malásia, sentou-se com a Tech Wire Ásia para discutir quais as futuras oportunidades que os robôs humanóides podem apresentar no setor de tecnologia e como poderão mudar a vida das pessoas.
Quão avançada está a tecnologia de robôs humanóides no momento?
Um humanoide, um robô com inteligência artificial, que poderíamos amar e fazer sexo, ainda não sabemos quando estará pronto. Algumas pessoas dizem que no próximo ano, outras dizem que ainda está muito distante.
No entanto, já estamos vendo muita tecnologia relacionada. Se você colocar as peças juntas, como produtos de sexo eletrônico para homens e mulheres – e também estamos vendo bonecas sexuais sem a robótica – é claro que há pessoas investindo e comprando esses produtos.
Quais serão os principais mercados para robôs humanóides?
Inicialmente, talvez o mercado seja para pessoas com algum tipo de deficiência, como problemas de timidez e autismo.
E, neste exato momento, muitas pessoas não fazem sexo, então para elas essa alternativa é melhor do que não fazer sexo.
Num primeiro momento, poderíamos ter nichos de mercado pequenos, mas então, como com qualquer outro produto – por exemplo, apenas pessoas de negócios usavam telefones celulares no início – ele entrará no mercado global.

Esta conferência foi proibida na Malásia – você acha que haverá uma aceitação deste tipo de tecnologia em toda a Ásia?
Eu sou, frequentemente, surpreendido com quanto as pessoas são abertas em relação ao sexo no extremo oriente – Japão, Coreia, China, etc. Muitas pessoas estão usando produtos de sexo e tecnologia, então, da perspectiva da Ásia, eles estarão na vanguarda.
Já está acontecendo. As pessoas já estão jogando games onde podem ter relacionamentos virtuais. Há relatos de pessoas se apaixonando por personagens virtuais – se eles podem fazer isso, eu acho que não será um grande passo se apaixonar por um robô. O Japão está, 1000 por cento, tentando fazer robôs e tecnologia de sexo.
Mas, outras partes da Ásia são muito mais conservadores, especialmente em países muçulmanos, como a Malásia, onde fica meu laboratório. Temos muito cuidado para não ofender as pessoas.
Em última análise, eu acredito que essa é uma tendência que não pode ser parada, as pessoas querem essa tecnologia, e, apesar da religião ou governo isso vai acontecer, mais cedo ou mais tarde.
E quanto aos robôs como uma forma de companhia?
Não devemos esquecer a parte do amor. Existem muitos tipos diferentes de amor – não apenas romântico ou sexual.
A população está envelhecendo rapidamente. Talvez os idosos gostariam de ter um cão de estimação, mas não podem cuidar dele, um animal robótico pode ser mais benéfico.
Não seria ótimo se o parceiro de alguém pudesse sobreviver como um robô? Não seria exatamente o mesmo, mas se pudéssemos programar o robô enquanto seu parceiro estiver vivo, então você terá um amor-robô, um companheiro. O amor e o companheirismo serão muito importantes para a população idosa.
Eu acho que os robôs, como companheiros, podem ajudar uma grande parte da população. Eles poderiam aumentar a felicidade da sociedade.
O que você espera acontecer, agora, em termos de tecnologia e dos investidores?
Há um interesse muito grande de acadêmicos sobre este tema, mas o que precisamos agora são investidores – empresas que farão esses produtos.
Eu acho que elas já existem, mas o problema é que os investidores não querem tocar em nada que esteja associado ao sexo – em qualquer lugar do mundo.
Eles recebem uma carteira de dinheiro, e se investirem em sexo, ficam com medo que as pessoas protestem. É o mesmo que jogar – essas coisas são consideradas pecados pela sociedade.
No entanto, existe uma enorme indústria de materiais pornográficos e auxiliares sexuais – então quem está colocando o dinheiro nisso? Existe uma comunidade, apenas não pensam em trabalhar com a academia e vice-versa.
De alguma forma este tópico de pesquisa tem de reunir dois grupos de pessoas que nunca trabalharam juntos ou conversaram antes. Talvez esta conferência faça o diálogo acontecer.
By Heidi Vella – Tech Wire Asia
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