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Filipinas: Duterte desrespeita Deus, amaldiçoa Obama e elogia Hitler – que semana!

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Filipinas: Duterte desrespeita Deus, amaldiçoa Obama e elogia Hitler – que semana! O Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, em um período de apenas seis dias, desrespeitou Deus, falou para Obama “ir pra o inferno”, e, não foram as piores observações proferidas nessa semana.

Falando perante jornalistas no Palácio de Malacanang, em 27 de setembro de 2016, Duterte justificou a restauração da pena de morte como necessária para “compensar a inconsistência divina”, (“Duterte: eu posso ensinar justiça a Deus”). Em seu discurso, Duterte criticou os “corações sangrando” na Igreja Católica, por sua oposição à pena de morte por causa de sua crença de que “só Deus pode matar.” Duterte disse que não quer esperar até o Dia do Julgamento. “E se não houver Deus?”, Perguntou.

Seis dias mais tarde, em um discurso em 03 de outubro, a funcionários locais, Duterte se queixou de que os Estados Unidos estavam se recusando a vender armas a seu governo e, portanto, o presidente Obama “poderia ir para o inferno.” Ele estava irritado com as críticas de Washington a sua cruzada contra os dependentes de drogas, e ameaçou comprar armas da China e da Rússia.

Duterte parece não ter percebido que os fundos utilizados pelas Filipinas para a compra de armamentos vem de uma ajuda militar dos EUA (US $340 milhões, desde 2001) e só pode ser usado para comprar armas dos EUA e não da China ou da Rússia.

Lei Leahy

Ao contrário do que supõe o Presidente Duterte, a recusa de Obama em autorizar a venda de armamentos não é porque ele foi chamado de “filho da p…”, mas sim, em cumprimento à Lei Leahy, em homenagem ao seu principal patrocinador, Senador Patrick Leahy, de Vermont, que proíbe o Departamento de Estado e o Departamento de Defesa dos EUA de fornecer assistência militar para países estrangeiros que violam os direitos humanos com impunidade.

Na mesma semana em que Duterte acusou Obama, o Senador Leahy denunciou o presidente das Filipinas no Senado norte-americano por “defender e apoiar o que equivale a um assassinato em massa”. O Senador Ben Cardin, de Maryland, concordou com as palavras de Leahy: “O senador Leahy está absolutamente certo quando diz que a falta de respeito pelo Estado de Direito e pelo Governo Democrático gera instabilidade, desconfiança, e às vezes a violência “.

Obama não tem escolha a não ser cumprir o “Estado de Direito”, a Lei Leahy, um problema que não existe para déspotas na Rússia ou na China.

Existe uma maneira de contornar a Lei Leahy, como explicou o major-general norte-americano Paul Eaton: “O valor da Lei de Leahy é que ela serve como um guia moral para a aplicação do envolvimento militar dos EUA. Alguns, nas forças armadas dos Estados Unidos, argumentaram que a lei frustra a parceira dos EUA no momento em que mais precisamos influenciar melhores comportamentos. Este dilema tem uma solução, embutida na própria emenda, que prevê que, se a correção dos direitos humanos já começou, a assistência dos EUA pode ser exercida “.

Infelizmente, a “correção” dos direitos humanos parece que não vão acontecer em breve, sob o governo de Duterte, de fato, somente se tornará, exponencialmente, pior.

Ficarei feliz em matá-los

Em 30 de setembro, na sua volta para Manila, depois de uma visita oficial ao Vietnã, Duterte reclamou que ele tinha sido “retratado ou imaginado como um primo de Hitler.”

Ao invés de se opor, Duterte se divertia com a comparação. “Hitler massacrou 3 milhões de judeus … há 3 milhões de viciados em drogas”, disse ele.”Eu ficaria feliz em matá-los.”

O recém nomeado embaixador das Filipinas para as Nações Unidas, Teddyboy Locsin, Jr, postou um tweet em apoio ao seu chefe: “Eu acredito que a ameaça das drogas é tão grande que precisa de uma solução final, como os nazistas adotaram.”

A reação foi imediata. O porta-voz do Ministério do Exterior alemão, Martin Schaefer, denunciou os comentários de Duterte como “inaceitáveis”, afirmando que: “É impossível fazer qualquer comparação com as atrocidades únicas do Holocausto.”

O Presidente do Congresso Mundial Judaico, Ronald Lauder, disse que as declarações de Duterte eram “revoltantes”, e acrescentou: “O abuso de drogas é um problema sério. Mas o que o presidente Duterte disse não é apenas, profundamente desumano, mas demonstra um desrespeito terrível para com a vida, o que é verdadeiramente devastador para um líder democraticamente eleito de um grande país.”

Rep. Teodoro Baguilat perguntou a Duterte se sua política significa que “está aberta a temporada de caça aos viciados, não para reabilitá-los, apenas matá-los, sistematicamente, como os nazistas fizeram com os judeus?”

Duterte ainda tentou exportar sua política de matar viciados para a Indonésia.

Depois de participar da conferência da ASEAN, no Laos, Duterte visitou a Indonésia, onde o chefe anti-droga do país, Budi Waseso, uma conferência de imprensa, declarou que iria lançar uma luta contra as drogas ao estilo de Duterte. Mais tarde, no entanto, um porta-voz da Agência Nacional de Narcóticos, esclareceu que “os castigos indonésios devem estar de acordo com a nossa lei e com as normas nacionais e internacionais.”

Reabilitação para viciados em drogas

A Indonésia está avaliando o tratamento de toxicodependentes. Em um artigo no “The Jakarta Post” de 20 de Março de 2014 (“Should drug addicts be jailed or rehabilitated? – os toxicodependentes devem ser presos ou reabilitado?”), Kartono Mohamad, presidente da Indonesian Public Health Scholars Association, escreveu que “a idéia de tratar usuários de drogas como criminosos vem do fato de que eles usam ou estão com drogas, que por lei são declaradas ilegais … por outro lado, dependência de drogas também é considerada uma forma de doença social, como a prostituição.

Não há muito tempo atrás o HIV também foi considerado uma doença social. É por isso que a Lei nº 35/2009 de entorpecentes e drogas viciantes, fornece o tratamento e a reabilitação para viciados em drogas, mas não para os traficantes e vendedores”.

“Nesse caso, estamos inclinados a diferenciar entre aqueles que, intencionalmente, induzem outras pessoas a se tornarem dependentes e aqueles que são as vítima do primeiro grupo. Aqui começa a idéia de tratar viciados em drogas como vítimas. Como vítimas que merecem empatia, tratamento e assistência para se livrar de seu vício através da reabilitação”.

A mesma reavaliação no tratamento dos toxicodependentes está ocorrendo nos Emirados Árabes Unidos, onde o Sheikh Saif bin Zayed, ministro do Interior e vice-primeiro-ministro, havia ordenado a todas as autoridades envolvidas para avaliar as atuais leis anti-droga e sugerir reformas.

O Brig. Gen. Maktoum al Sharifi, chefe da Polícia da capital Abu Dhabi, é favorável à ideia de reformas, dizendo que a lei não deve considerar um viciado em drogas como um criminoso, como faz atualmente.

“Um toxicodependente é um doente, e deve ser tratado como tal”, disse o Brig. Gen al Sharifi. “Uma punição alternativa seria mais eficaz. Um usuário de drogas poderia ser apenas um viciado e não um criminoso, mas depois de prendê-lo durante anos, ele poderia sair e envolver-se em crimes como roubo, tráfico de drogas, etc. “A polícia de Abu Dhabi tem propostas, que incluem serviços comunitários, como a limpeza das ruas, escolas ou trabalho voluntário.

Eu vou matar três milhões

Para coroar a semana, Duterte visitou uma sinagoga judaica em Manila, no domingo, 2 de outubro, para pedir desculpas ao povo judeu pelas suas observações. Em um discurso que foi televisionado em cadeia nacional, ele explicou que seus comentários foram uma reação a críticas negativas. “Então eu disse… Claro, eu sou Hitler, mas os que eu vou matar são esses viciados em drogas … porém, não que eu tenha dito algo, realmente, errado, isso mexeu em suas memórias, por isso peço profundas desculpas ao povo judeu.”

“Gostaria de deixar claro, aqui e agora, que nunca houve a intenção da minha parte de menosprezar a memória dos seis milhões de judeus assassinados. A referência à minha pessoa foi que Hitler matou muitas pessoas… mas eu fui enfático, vou matar três milhões”, disse ele.

Ele disse: “Os americanos, eu não gosto deles … eles estão repreendendo-me em público. Então eu digo: ‘F..-se, vocês e todo o resto. Vocês são estúpido.”

E é assim que o presidente Duterte terminou uma semana incrível.

By: / @inquirerdotnet

SourceInquirer

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