By Tim Hume, Christina Zdanowicz and Ralph Ellis, CNN
Updated 0458 GMT (1258 JPT) September 3, 2016
Presidente das Filipinas: explosão que matou 14 foi ato terrorista. O Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, declarou bloqueio no país, depois que um explosão em um mercado noturno na cidade de Davao, sul das Filipinas, matou pelo menos 14 pessoas e feriu outras 71, relatou a agência oficial de notícias das Filipinas.
Duterte, dizendo que a explosão foi um ato de terrorismo, autorizou a polícia e militares a procurar em carros e revistar pessoas em postos de controle, relatou a Agência de Notícias das Filipinas – Philippines News Agency (PNA). Ele colocou a nação sob um “estado de anarquia”, dizendo que não declarou lei marcial e nem suspendeu o recurso de habeas corpus, disse que a PNA.
“Nós temos que enfrentar a cara feia do terrorismo”, disse Duterte, perto do local da explosão, na Roxas Avenue, em Davao City, sua cidade natal. “Vamos tomar isto como uma questão policial sobre o terrorismo.”
A explosão aconteceu por volta das 22:00 de sexta-feira (10:00 GMT) no mercado noturno Roxas, perto da Ateneo de Davao University, disse a inspetora-chefe Catherine Dela Rey, porta-voz da polícia de Davao City.
O mercado é conhecido por atrair milhares de pessoas.
A causa da explosão ainda não é conhecida, mas o porta-voz presidencial, Martin Andanar, disse que componentes que aumentam o poder de dispositivos explosivos foram encontrados na cena do crime, de acordo com a ABS-CBN, afiliada da CNN.
Sangrenta repressão às drogas
Nenhum grupo assumiu a responsabilidade, mas Duterte disse que é possível que a explosão “poderia ser uma represália” dos extremistas.
Em um comunicado, neste sábado, o secretário de Nacional de Defesa das Filipinas, Delfin N. Lorenzana, disse que “parte do princípio” de que o ataque foi realizado pelo grupo militante islâmico Abu Sayyaf.
Duterte, prefeito de longa data de Davao City, foi eleito presidente em maio passado. Ele fez uma campanha com a abordagem de combate ao crime e lançou uma intensa – e mortal – repressão aos traficantes de drogas.
A “Kill List” do Philippine Daily Inquirer – considerado como um dos registros mais precisos sobre as mortes de traficantes pela polícia e vigilantes – registrou 832 mortes desde que Duterte assumiu o cargo, em 30 de junho, a polícia diz que pelo menos 239 suspeitos de tráfico foram mortos nas três semanas depois da posse de Duterte.
As táticas de “mão pesada” do governo têm atraído críticas internacionais. Muitos funcionários públicos foram acusados de estarem envolvidos no tráfico de drogas.
As tropas do governo têm lutado contra o grupo terrorista Abu Sayyaf, que permanece fora do processo de paz do país.
O grupo tem o objetivo de estabelecer um Estado islâmico independente no sul da ilha de Mindanao, onde Davao City está localizada.
O Abu Sayyaf é um grupo extremista violento que se separou do movimento separatista das Filipinas Moro National Liberation Front, em 1991. Foi fundado por Abdurajak Abubakar Janjalani, que treinou no Oriente Médio e, supostamente, se encontrou com o líder da Al Qaeda, Osama bin Laden.
Este não é um estado fascista
Um comunicado do porta-voz de Duterte disse que a Constituição dá ao presidente o poder de “chamar … forças armadas para prevenir ou reprimir violência contra a lei, invasão ou rebelião.”
O Presidente só pode impor a lei marcial em caso de invasão ou rebelião, disse o comunicado.
Duterte disse que as pessoas devem se submeter a buscas e revistas em postos de controle, para o bem da segurança pública.
“Nós sabemos que este não é um estado fascista. Eu não posso controlar o movimento dos cidadãos das cidades e cada Filipino tem o direito de entrar e sair de Davao. É lamentável
que não possamos parar e revistar qualquer pessoa por qualquer motivo”, ele disse.
Sara Duterte, filha do Presidente e prefeita de Davao City, emitiu uma declaração exortando todos os cidadãos a relatarem atividades suspeitas às autoridades. Ela também enviou uma mensagem a outros funcionários governamentais.
“Eu gostaria de lembrar outros funcionários para ficarem dentro dos limites de suas funções oficiais, de acordo com a sua posição”, disse ela. “Por favor, me deixe em paz para fazer o meu trabalho e eu vou deixar vocês se concentrarem em seu próprio trabalho.”
Estou realmente com medo
Leonor Rala, uma estudante de tecnologia médica, de 19 anos de idade, do San Pedro College, disse à CNN que ela estava em seu dormitório, prestes a ir para a cama quando ouviu uma explosão.
Ela disse que, inicialmente, pensou que algo tinha caído sobre o telhado de um prédio vizinho. Ela então desceu para examinar o local da explosão, cerca de 100 metros do seu dormitório, as equipes de emergência já estavam no local.
“Estou com muito medo de sair”, disse ela. “As estradas estão fechadas e ninguém está autorizado a sair da cidade. Há ameaças de bombas em todos os lugares e alguns dos meus colegas estão entre as vítimas da explosão e agora estão mortos.”
Ela continuou: “Estamos muito apavorada porque Davao City era conhecida por ser a cidade mais segura das Filipinas, e uma situação como esta é muito rara.”
Instead of staying put in our dorm, we’re here. pic.twitter.com/sTpBkoWZlP
— Leonor (@leonorrala) 2 de setembro de 2016
A testemunha Janoz Laquihon disse à CNN Filipinas que ele estava no local quando a explosão aconteceu.
“Eu vi um pouco de fumaça. Achei que era apenas churrasco. Alguns minutos mais tarde … uma grande explosão.”
O pai da testemunha, Jboy Gonzales, disse à CNN Filipinas, que viu mais de 30 pessoas sendo carregadas em ambulâncias.
“[Um] monte de pessoas estão feridas, chocadas, traumatizadas”, disse ele.
A Prefeitura de Davao twittou em sua conta oficial: “Vamos rezar pelas vítimas deste infeliz incidente, especialmente por aqueles que morreram.”
Let us pray for the victims of this unfortunate incident, especially for those who died. Let us pray for those… https://t.co/8F5Lt6rQ1N
— DavaoCity Government (@DavaoCityGov) 2 de setembro de 2016
Duterte fez seu nome na política como o prefeito de Davao City. Seu mandato era conhecido por sua posição dura sobre crimes relacionados a drogas, que ele já incorporados em suas políticas nacionais. Isso resultou em mais de 1.900 pessoas mortas na repressão, o que gerou críticas em casa e no exterior.
Maria Ressa, editora executiva do site de notícias Filipinas Rappler, disse que a explosão ocorreu em meio a tensões em torno da guerra de Duterte contra as drogas, bem como um processo de paz em curso com militantes muçulmanos no sul das Filipinas.
CNN’s Roba Alhenawi, Merieme Arif, Steve Visser, Maria Ressa, Bijan Hosseini and Lonzo Cook contributed to this report.
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