O teste nuclear da Coreia do Norte. A Coreia do Norte afirma ter realizado com sucesso seu quinto teste nuclear.
O anúncio na mídia estatal ocorreu horas depois que um evento sísmico foi detectado, perto de seu local de testes nucleares.
A Coreia do Sul acredita que este tenha sido o maior teste que a Coreia do Norte realizou, levantando temores de que o país tem feito avanços nucleares reais.
A Presidente sul-coreana, Park Geun-hye, classificou o ato de “auto-destruição”, mostrando a “imprudência maníaca” do líder Kim Jong-un. Os EUA alertaram para “sérias conseqüências”.
O Ministério do Exterior da China disse que Pequim se opõe aos testes e pediram à Coréia do Norte para evitar mais ação que possa piorar a situação.
A Coreia do Norte disse que o teste foi de uma “ogiva nuclear recém-desenvolvida” e que agora é capaz de montar um dispositivo nuclear em foguetes balísticos.
Militares da Coreia do Sul sugerem que o rendimento explosivo, desta vez, poderia ser quase o dobro do teste nuclear anterior. Os analistas expressaram temores, isto poderia significar que a Coreia do Norte chegou um passo mais próximo de ter uma arma nuclear utilizável.
Park, que encurtou uma visita ao exterior, disse que o teste era um “sério desafio” para a comunidade internacional que a Coreia do Norte “só ira ganhar mais sanções e isolamento”.
“Tal provocação vai acelerar ainda mais o seu caminho para a auto-destruição”, disse ela.

O Primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, disse que o seu país “não pode, absolutamente, tolerar” qualquer teste e iria “protestar veementemente” à Pyongyang.
“O desenvolvimento nuclear da Coreia do Norte está se tornando uma grave ameaça para a segurança do Japão e prejudica gravemente a paz e a segurança da região e da comunidade internacional”, disse ele.
A Casa Branca disse que o presidente, Barack Obama, havia falado tanto com Park quanto com Abe, depois do último teste.
Um comunicado do secretário de imprensa, Josh Earnest, disse que Obama “reiterou o compromisso, inquebrável, dos EUA para a segurança dos nossos aliados na Ásia e em todo o mundo”.
“O presidente indicou que ele iria continuar a consultar nossos aliados e parceiros, nos próximos dias, para garantir que as ações provocativas da Coreia do Norte encontrem sérias consequências.”
Uma declaração do Ministério do Exterior da China diz que: “Hoje, [a Coreia do Norte] novamente realizou um teste nuclear, apesar da oposição internacional generalizada – o governo chinês opõe-se firmemente ao teste.”
Um teste já esperado
O teste foi detectado, pela primeira vez, como um terremoto de 5,3 de magnitude, na sexta-feira de manhã, no nordeste da Coreia do Norte, perto de seu local de teste nuclear subterrâneo, Punggye-ri.

Tal como aconteceu nos testes nucleares anteriores, a forma de onda gerada indicou que não tinha sido uma ocorrência natural.
O Estado maior das Forças Armadas da Coreia do Sul, disseram mais tarde que a detonação teve um rendimento de cerca de 10 quilotoneladas, “o teste nuclear mais forte, até hoje” realizado pela Coreia do Norte.
Isso é quase o dobro da potência de seu último teste, em janeiro, quando Pyongyang disse, na época, que tinha sido uma bomba de hidrogênio. Muitos analistas lançaram dúvidas sobre essa alegação. A bomba lançada pelos EUA sobre Hiroshima, em 1945, teve um rendimento de cerca de 15 quilotoneladas.
O quinto teste nuclear já era esperado. Nas últimas semanas, imagens de satélite mostraram um aumento de atividades em Punggye-ri.
A Coreia do Norte, usou, por muitas vezes, datas de importância nacional como uma oportunidade para demonstração de força militar. Sexta-feira é o dia nacional, celebrando a fundação do atual regime.
O Japão enviou aviões militares para recolher amostras de ar, para monitorar a radiação, enquanto a China disse que estava monitorando os níveis de radiação perto de sua fronteira com a Coreia do Norte.
Testes de mísseis e retórica raivosa
A Coreia do Norte está proibida, por sanções da ONU, de realizar quaisquer testes com tecnologia nuclear ou de mísseis.
Mas nos últimos meses, tem realizado uma série de lançamentos de mísseis balísticos – alguns dos quais atingiram águas japonesas – e desencadeou uma onda crescente de retórica agressiva, ameaçando ataques nucleares em seus inimigos.
A Coreia do Norte também ficou irritada com o plano dos Estados Unidos e da Coreia do Sul para instalar um sistema de defesa anti-mísseis no Sul e pelos grandes exercícios militares conjuntos, anuais, dos aliados, que ainda estão ocorrendo.
As sanções internacionais foram, consideravelmente, endurecidas em resposta aos anteriores testes nucleares e de lançamento de mísseis, mas teve pouco impacto sobre o programa nuclear de Pyongyang.
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