Thalma de Freitas: O som brasileiro de uma grande intérprete nos EUA. Aos pés do piano, ouvidos atentos às notas dedilhadas pelo pai, foi pela brisa suave da bossa nova que se deu a educação musical de Thalma de Freitas. Filha do consagrado e respeitado maestro, pianista, compositor e arranjador Laércio de Freitas, criou-se numa casa cheia de música e criatividade entre bambas do samba-jazz e nunca imaginou ser outra coisa que não artista. Atriz dona de um Kikito – que recebeu pela atuação como atriz coadjuvante no filme Filhas do Vento (2005) -, estreou nos palcos em 1992 aos 19 com o musical Hair, dirigido pelo Jorge Fernando e logo em seguida ganhou fama nas novelas da Globo, emissora onde trabalhou por 18 anos, sendo 14 como funcionária exclusiva.

A filha do maestro aprendeu rápido as lições da sala-de-estar. Reconhecida como uma das figuras-chave de sua geração, Thalma arrebanhou Paulão 7 Cordas para um duo de voz e violão, compôs um bolero com João Donato e abriu os caminhos para Wilson das Neves na Orquestra Imperial, big band da qual era crooner e que reinventou a gafieira escalando músicos como Nelson Jacobina, Rodrigo Amarante, Kassin e Domenico Lancelotti.
Com a Orquestra, Thalma gravou o disco Carnaval Só Ano Que Vem (2007), bronze na eleição dos melhores do ano da revista Rolling Stonee e “Fazendo como Pazes com o Swing” (2012).
Em 2009 voltou para mais uma grande turnê europeia com shows em Londres, festivais em Portugal e na Itália, e, de volta ao Brasil, produzido e interpretado um grande show: Gainsbourg IMPERIAL com o maestro francês Jean-Claude Vannier e musa ex-Gainsbourg Jane Birkin. O show se tornou um especial de TV produzido por SESC TV e competiram por prêmios em festivais na França. Este espetáculo ganhou o Premio Bravo! Best Show de 2009 no Brasil. Orquestra Imperial realizado no Carnegie Hall em dezembro 2012 fechando o festival “Vozes da América Latina”.
Inquieta demais para o lugar-comum da intérprete de standards da MPB, Thalma persegue o improvável. Testa os limites de sua criatividade erguendo ao pedestal um simples teclado Casio (em Casio Knighs), emoldura a filosofia Iorubá no ruído do funk/rock em Asé e sabe aglutinar ao seu redor todo talento luminoso que cruza pelo caminho.
Acumular parcerias, aliás, talvez seja seu esporte predileto. Acompanhar a carreira de Thalma é como embarcar num jogo de liga-pontos que a une a um sem-número de outros artistas. Sua trajetória é sintoma do atual momento da cultura brasileira, na qual os músicos, alijados das grandes gravadoras, não encontram barreiras em se misturar e conspiram entre si uma série de obras coletivas. Atraídos pela força de sua voz, artistas e grupos como Instituto, 3naMassa, Marcelo D2, Céu, Domenico+2, Bebeto Castilho, Iara Rennó e o produtor Mário Caldato (Beck e Beastie Boys) gravaram com ela.
O ímpeto pela criação coletiva ganhou endereço preferencial num verão de 2011, quando Thalma fundou a comunidade artística Miradouro, baseada no antigo consulado de El Salvador, centro do Rio. A ideia era uma casa que fosse, ao mesmo tempo, morada e espaço cultural, onde artistas pudessem viver e produzir juntos. Foi assim que Thalma criou o Miradouro, um casarão em Santa Tereza que ela alugou e dividiu com diversos artistas. O enclave de novas ideias e tendências na música, vídeo e artes visuais, o projeto Miradouro pareceu ainda obedecer à sua vocação original, onde serviu de embaixada para artistas que se hospedavam e colaboravam com os projetos ali desenvolvidos. Freqüentado por nomes como Alice Caymmi, Andreia Dias, Larissa Maciel, Ney Matogrosso, Seu Jorge, Vincent Moon, Karina Buhr, Gaby Amarantos, Jacques Morelembaum, Camila Pitanga, Cibelle e Iara Rennó, foi neste lugar onde Thalma viveu e oxigenou suas veias criativas, até se mudar para o Arpoador, mesmo porque o projeto durou apenas 1 ano.
Participou do coro no álbum de jazz do aclamado Kamasi Washington The Epic, lançado em 2015 e no mesmo ano, acrescentou sua voz sensual ao álbum da Quantic Magnetica com a Águas de Sarongo.
Os amantes da música brasileira não podem perder Thalma de Freitas com seu novo show intitulado Serendipity Lab na quinta-feira, 04 de agosto no Skirball Cultural Center , apresentando muito samba, jazz, world music e bossa nova. ” Muitas das canções que eu nunca realizado no palco antes, “afirma a cantora.
Lab Serendipity é mais do que uma retrospectiva na carreira de Thalma, é a experiência sônica onde comemora seu rico patrimônio e forte expressão criativa musical.
A atriz que fez seu ultimo trabalho em 2012 na novela Malhação (Globo) não pensa em retornar as novelas e tem se dedicado a estudar cinema, trabalhando como voluntária na distribuidora de filmes Array, da diretora Ava Duvernay, do filme Selma. Thalma tem estudando fotografia e edição, além de técnica de atuação no Berg Studios.
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