Nicola Són: Músico e compositor francês apaixonado por MPB. Nascido em Paris, em uma família de origem armênia, embalado ao som do duduk e kotchari, Nicola Són descobre na adolescência a música “Lígia”, pérola de Tom Jobim interpretada por João Gilberto e Stan Getz. Alguns anos mais tarde, se muda para o Rio de Janeiro para estudar a língua portuguesa, mergulhar na cultura e aprofundar seus conhecimentos sobre a música brasileira. Nicola é um grande pesquisador da música brasileira.

Lançado em 2010 na França e em 2011 no Brasil, o disco Parioca se espalhou através de varias turnês na França e no Brasil, contando mais de 30 shows. Durante esse período, Nicola começou a pensar a seguida. Não era muito interessante de fazer de novo um disco de samba, tipo um Parioca 2. A variedade e a riqueza da musica brasileira lhe puxou a explorar outros ritmos que ele já tinha aproximado com o xote “Oui ou Non”. Por isso, começou a compor pensando nas viagens que ele fez no Nordeste e as sonoridades que ele queria divulgar através do francês.
Chegou a imaginar ciranda, maracatu, afro-samba, frevo, xote, usando instrumentos clássicos como base e instrumentos típicos para dar uma naturalidade do ritmo com a harmonia. Pra ele, essas sonoridades trazem uma melancolia, um peso grave nas interpretações (é só ouvir uma batida de maracatu pra entender), então seguindo também a vontade que ele tinha ele começou a escrever textos mais graves, mais sérios que refletiram o estado da alma dele : a morte, os amores perdidos, o tempo que passa. Parioca era um disco de jovem que fica alegre de cantar samba e de cantar a vida dele. Nord Destin é um disco de um homem de 30 anos que enfrenta a vida e toma consciência da realidade brutal. Pronto, a tonalidade e o conceito do disco estão achados.
No ano de 2013, Nicola se instala em São Paulo. Ele lanca Nord Destin de novo com um bom retorno mediático e um público crescente. Durante o ano 2014 e 2015, ele toca em São Paulo, Rio de Janeiro, e algumas cidades do Paraná.
Início 2015, ele começa a gravação do seu 3° disco na direção musical de Paulo Lepetit. Esse 3° disco, que vem encerrar a trilogia brasileira, se chama Sampathique e seu lançamento aconteceu em maio de 2016.
Mas qual seria o som de São Paulo que ele homenagearia?
Além de violonista e cantor, Nicola é também pesquisador. Sua busca pela musicalidade mais simbólica de determinada região é vasta, profunda e costuma se traduzir em dois tipos de releituras. Há homenagens tácitas aos artistas e criadores que marcaram a canção popular de determinada região (e dali para o Brasil e para o mundo). E há traduções em francês daquele sentimento que transborda a música local e clareia caminhos para além dos limites geográficos e culturais.
Essa ladainha de “locomotiva do Brasil” fez um mal danado para o ego de São Paulo. Inflou o peito engravatado de quem caiu em Piratininga por pura conveniência mercantil e espantou o brio de uma cultura caleidoscópica que é ao mesmo tempo toda e nada brasileira.
Não raro nós, paulistanos, enfiamos o rosto entre golas engomadas e colares brilhosos à procura de referências internacionais e em negação do melhor do nosso país. Mas, às vezes, a gente recupera a dignidade e realiza linda arte. Não importa se com mão-de-obra local ou imigrante, mas gestada, gerida, nutrida e acalentada em Sampa. Nicola Són cruzou o Atlântico para se juntar à esta pulsante criação. Aqui, nada de mau gosto, dificuldade ou pavor: só o retrogosto agradável de quem digeriu São Paulo e verteu Sampathique.
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