Como o brasileiro KC-130 está batendo o poderoso C-130J Super Hercules

Como o brasileiro KC-130 está batendo o poderoso C-130J Super Hercules. O Lockheed C-130 Hercules é um avião imortal. O avião tático e de carga de tamanho médio, é perfeito para situações onde não se precisa de algo tão titânico como o C-17 Globemaster ou o A400M Atlas.

Porém, o C-130 já não é tão novo e a confiança no avião, ao redor do mundo está pedido por uma substituição.

O KC-390, jato duplo de cauda em T, construído pela empresa brasileira EMBRAER, conhecida anteriormente por seus aviões regionais, e agora pelo maior avião já construído na América do Sul, pode ser o substituto do C-130, maior, mais moderno e de tamanho similar ao C-130J Super Hercules da Lockhedd, podendo voar mais rápido graças ao uso de turbinas em vez de turboélices.

Totalmente digital, podendo transportar até 57.000 libras (25.850 kilogramas) de carga, a uma velocidade de 540 milhas por hora (869 kmh), o KC-390 bate o C-130J que transporta um máximo de 42.000 libras (19.050 kilogramas) a uma velocidade máxima de 416 milhas por hora (669 kmh). Dependendo da configuração, o KC-390 pode transportar 80 soldados, ou 66 paraquedistas, ou 3 Humvees, ou um helicóptero Sikorsky S-70 Black Hawk, ou um veículo de combate LAV-25.

Isso é graças às suas turbinas da International Aero Engines V2500-E5 turbofans, avaliadas em 31.330 libras de empuxo cada. Essas turbinas são especialmente adaptadas para uso militar, mas em seu núcleo são as mesmas utilizadas em aviões comuns como o Airbus A320 e McDonnell Douglas MD-90.

Em última análise, como o C-130J Super Hercules, o KC-390 está pronto para qualquer missão de transporte de tropas, para lançamento aéreo de carga, para reabastecimento aéreo, para busca e salvamento, e combate aéreo de incêndios, e pode fazê-lo mais rápido, cobrindo maiores distâncias, com uma mesma tripulação fazendo mais missões e utilizando a mesma quantidade de horas de vôo.

Como um dos benefícios de uma velocidade máxima maior, a EMBRAER destaca que em uma típica missão de busca e salvamento, de 1,250 milhas náuticas de raio, um KC-390 poderia cobrir a área duas horas mais rápido do que o mais rápido turboélice.

Mas os motores a jato também tem suas desvantagens. O KC-390 consome mais combustível do que o C-130J, uma consequência muito natural de sua maior velocidade. E enquanto o KC-390 é projetado para operar a partir de pistas curtas não melhoradas, assim como o C-130J, a EMBRAER não especificou dados exatos das distâncias de decolagem e pouso do avião, e os críticos argumentam que turbinas são mais suscetíveis de danos causados por objetos estranhos quando operado em locais extremos.

Felizmente, em casos como esse, o KC-390 possui um conjunto de aviônicos de última geração, com cinco monitores multi-função e imagens da luz do dia e térmica geradas por um sistema de visão sintética montado no nariz. Isso, e as grandes janelas do cockpit, ampliam a visão do piloto.

Em outro lugar no cockpit, side-sticks ativos combinam o sistema de controle digital de voo para um preciso controle manual. E, como qualquer boa aeronave tática, o KC-390 dispõe de sistema de auto-proteção, incluindo proteção balística contra pequenas armas de fogo, redundância dos sistemas críticos, radar, laser e receptores de aviso de aproximação de mísseis e contra medidas infravermelhas.

O primeiro protótipo do KC-390 voou em fevereiro de 2015 e as primeiras aeronaves de produção estão programadas para serem entregues à Força Aérea Brasileira (FAB) em 2017. Eventualmente, 28 aviões irão substituir e complementar os C-130 da FAB, que tem 40 anos de idade, em média, e desde que o KC-390 supera o desempenho do C-130, em termos de carga, velocidade / altitude e custo, há uma boa chance de que poderá assumir inteiramente a frota.

E não apenas no Brasil. Um ponto de vendas extra, reafirmado na recente Farnborough Air Show, a Embraer fez uma parceria com a Boeing para apoiar o KC-390 no mercado mundial. Isso fará com que a competição com o C-130J seja uma tarefa menos hercúlea.