Estado Islâmico cria canal de propaganda em língua portuguesa

Estado Islâmico cria canal de propaganda em língua portuguesa. Dos muitos meios de difusão usados pela organização terrorista, este foi o primeiro criado inteiramente em português pelos jihadistas.

A Nashir News Agency, uma filial da propaganda do Daesh (Estado Islâmico) na rede social Telegram, abriu um novo canal em português. Especialista norte-americana em terrorismo lembra que este é a primeiro midia em português.

“Que eles sobrevivam com prova”, é o primeiro título escrito em língua portuguesa naquele canal, a propósito de um discurso de Abu Mu al-Adnani, o porta-voz da organização terrorista.

As frases, escritas sem erros gramaticais, não têm nada de novo e são pura propaganda jihadista, como aliás é comum noutros meios online ligados ao Daesh. Têm como único objetivo tentar recrutar cidadãos dos países de língua oficial portuguesa.

“É a primeira vez que aparece uma mídia jihadista em língua portuguesa”, escreve a especialista norte-americana em terrorismo, Rita Katz, que é diretora do SITE Intelligence Group, website que monitoriza o fenômeno jihadista em todo o mundo.

Nos últimos meses, alguns militantes portugueses e lusodescendentes ligados ao Daesh surgiram em vídeos de propaganda da organização liderada por Abu Bakr al-Baghdadi.

Nas últimas semanas também foram identificados portugueses que estão tentando arregimentar seguidores para o Daesh (EI) pelas redes sociais. Steve Duarte Amieiro e Celso Rodrigues da Costa foram identificados como os responsáveis pela articulação do canal do Telegram.

Steve Duarte Amieiro é considerado um dos especialistas na realização e produção de material de propaganda do Daesh. Já Celso Rodrigues da Costa surgiu em pelo menos dois vídeos incitando jovens de todo o mundo a aderir à causa jihadista.

A imprensa em Portugal deu amplo espaço à denúncia na internet e programas de TV, enquanto a brasileira preferiu se calar. O fato de as Olimpíadas ocorrerem no Brasil em agosto pode ter sido o motivador para o lançamento do canal.

Rede operaria no Brasil

O anúncio do surgimento desse canal em português ocorre poucos dias após o jornal The Washington Times e a rede de TV CBN News noticiarem que terroristas já estão passando livremente pelo Brasil.

Segundo a matéria veiculada nos Estados Unidos, as autoridades da imigração identificaram pelo menos uma dúzia de homens vindos do Oriente Médio tentando entrar pela fronteira com o México. Esses “contrabandistas de pessoas”, chamados de coiotes, são parte de uma rede baseada no Brasil.

Entre os detidos estão palestinos, paquistaneses e pelo menos um afegão que possui laços com o Taliban e é suspeito de conspirar “para realizar um ataque nos EUA e/ou Canadá”. Eles estão presos, mas seus nomes não foram divulgados.

De acordo com os depoimentos divulgados, eles entraram legalmente no Brasil, sendo levados posteriormente por países da América do Sul e América Central, até chegarem ao México. Eles tentavam entrar pelas mesmas rotas usadas por imigrantes ilegais que procuram emprego em solo americano.

Conforme divulgado anteriormente, a decisão da presidente afastada Dilma Rousseff de suspender a necessidade de vistos para entrar no país neste período preocupa o chefe do Estado Maior das Forças Armadas. Na época, José Carlos de Nardis, afirmou: “a avaliação do ponto de vista da inteligência, segurança e defesa, não é bom”.

Wilson Trezza, então diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), acredita que “a possibilidade de prática de um atentado não dependeria de um visto”, mas reconhece que potenciais terroristas teriam uma barreira a menos. Com informações de Expresso, TVI24 e GospelPrime