Ligado ao Imperador, Santuário de Ise não é um templo comum. O santuário Xintoísta que o primeiro ministro, Shinzo Abe, está levando seus homólogos do G7 para visitar nesta quinta feira, não é um santuário comum.
O imperador do Japão era o sacerdote chefe do Santuário de Ise até 1945, enquanto o Xintoísmo era a religião do estado e o imperador era considerado um deus vivo. O santuário ainda é dirigido por um membro da família imperial.
Aqui estão cinco coisas a saber sobre o santuário, um centro de culto ao imperador do Japão, no tempo da guerra e que ainda atrai líderes políticos e empresariais de hoje:
Lugar mais sagrado no Japão
Ise Jingu, ou santuário, é na verdade um aglomerado de 125 santuários em torno dos dois santuários mais importantes, o Santuário Interior e o Santuário Exterior. Uma subida através de uma ponte em arco e uma caminhada através de uma floresta de altos ciprestes levam ao santuário interno, ou Naiku, considerado o local mais sagrado no Japão. Ele é consagrado a deusa do sol, Amaterasu, que se senta no topo da “Yaoyorozu”, ou 8 milhões de deuses de todas as coisas em Shinto.
Conexão Imperial
Já se acreditou que a família imperial japonesa eram os descendentes diretos da deusa sol. Rituais no Santuário de Ise são destinados a família imperial, e o seu atual dirigente é a irmã mais velha do Imperador Akihito, Atsuko Ikeda, 88. Um dos festivais mais importantes é o da primeira colheita de arroz do ano, no Outono, o festival Kanname.
Passado Nacionalista
Shinto, uma religião, talvez tão antiga quanto a própria nação, é uma rica mistura de folclore, reverência para todas as coisas naturais e da nação japonesa. Durante a primeira metade do século 20, um governo militarista virou a crença local em uma religião sancionada pelo Estado, reunindo a população atrás de modernização e militarização.
O Estado Xintoísmo glorifica o imperador, em cujo nome o Japão invadiu vastas faixas da Ásia antes e durante a Segunda Guerra Mundial. Após a derrota do Japão, o então imperador Hirohito renunciou publicamente a ideia de que ele era um deus vivo, e o estado Shinto foi proibido.
Os líderes do G-7 serão os primeiros dirigentes, ainda no poder, de países industrializados a visitar o santuário. Vai ser simbolicamente importante para Abe, que tem procurado restaurar os valores tradicionais japoneses para “romper com o regime pós-guerra”, criado sob a ocupação dos EUA. O partido do governo de Abe quer rever a Constituição, elaborada pelos EUA, para dar ao imperador uma posição mais proeminente.
Peregrinação e Oferendas
Carinhosamente chamado de “O-Ise-san,” o santuário tem sido, por séculos, uma peregrinação popular e um destino turístico. O Santuário Exterior, com 1.500 anos, é onde os visitante devem, supostamente, prestar seus respeitos em primeiro lugar, e são feitas as oferendas sagradas: arroz, frutas e legumes, bem como ostra e pargo. A aceitação dessas ofertas é uma honra para produtores da região.
Multimilionária reconstrução, a cada 20 anos
O Santuário de Ise é reconstruído a cada 20 anos, um processo de mover uma divindade a um novo santuário. Foi recentemente reconstruído em 2013, pela 62ª vez desde a sua construção em 690. O custo foi de 55 bilhões de ienes (US $ 500 milhões), que incluía a madeira de 10.000 ciprestes para os novos edifícios, foi coberto pelo próprio Santuário, doações privadas, incluindo dos líderes empresariais e membros da família real. A reconstrução envolve 30 rituais abrangendo, pelo menos, oito anos.
By MARI YAMAGUCHI
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