Governador de Okinawa solicita encontro com Obama. O Governador de Okinawa, Takeshi Onaga, pediu, na segunda-feira, ao primeiro-ministro, Shinzo Abe, para marcar uma reunião entre ele e o presidente dos EUA, Barack Obama, logo depois da prisão, na Província, de um trabalhador da base norte-americana, suspeito de assassinar uma mulher.
Organizar tal encontro, no entanto, seria “difícil”, disse chefe de gabinete, Yoshihide Suga, numa conferência de imprensa após a reunião de Onaga com Abe em Tóquio, acrescentando: “Nós pensamos que as questões relacionadas com a segurança e a diplomacia devem ser discutidos entre os governos centrais dos países envolvidos.”
Falando aos repórteres após a reunião, Onaga disse que também pediu uma “revisão drástica” do acordo Japão – EUA de Status das Forças Militares. Um acordo bilateral que define o tratamento de militares e civis dos EUA no Japão.
Referindo-se a viagem planejada de Obama ao Japão, no final desta semana, Onaga disse que: “Como governador de Okinawa, que abriga a maior parte das bases militares dos EUA no Japão, eu gostaria muito de falar diretamente com o presidente Obama, de modo a garantir a segurança. a vida e os bens dos moradores da província, bem como dos filhos e netos no futuro. ”
“Nós não podemos mais tolerar tal tipo de incidente. Isto é um crime, simplesmente aconteceu porque existem bases militares norte-americanas (em Okinawa) “, disse ele. “Eu protesto, veementemente, contra este incidente.”
Na quinta-feira passada, Kenneth Franklin Shinzato, um ex-fuzileiro naval norte-americano de 32 anos, foi preso, suspeito de abandonar o corpo de uma mulher de 20 anos e, desde então, admitiu ter matado a mesma, de acordo com fontes de investigação.
As fontes citaram que ele também agrediu sexualmente a vítima.
O incidente pode aumentar, ainda mais, o ressentimento em Okinawa sobre os repetidos crimes praticados por militares norte-americanas estacionados no país e a grande presença militar dos EUA na ilha. O fato também poderia desencadear sentimentos anti-americano antes da viagem de Obama ao Japão, incluindo uma visita a Hiroshima.
A fim de transmitir as desculpas do governo dos EUA sobre o incidente, a embaixatriz norte-americana, Caroline Kennedy, está planejando visitar Okinawa, no inicio desta semana, para conversações com Onaga, de acordo com um funcionário do governo japonês.
Em uma reunião paralela ao encontro do G7, que começa na quinta-feira na Província de Mie, abe irá insistir para que Obama tome medidas “eficazes” para evitar a repetição de incidentes envolvendo militares norte-americanos estacionados no Japão, de acordo com Suga.
Abe “vai exigir, fortemente, que os EUA tomem medidas eficazes e convincentes para evitar incidentes e acidentes envolvendo militares norte-americanos e outros”, disse ele.
“O primeiro-ministro disse que se sentiu indignado e ofereceu simpatia à família enlutada,” disse Suga a repórteres. “Tendo em conta o sentimento do público, ele vai pedir medidas rigorosas, eu acredito.”
Autoridades e especialistas estão preocupados que o incidente possa complicar as negociações entre os governos central e local sobre a realocação, planejada, da Estação Aérea de Futenma para o interior de Okinawa.
Onaga está exigindo que a base seja realocados para fora de Okinawa. Mas o governo central argumenta que mudando Futenma da área residencial em Ginowan para uma área menos povoada no distrito costeiro Henoko de Nago é a “única solução” para remover os perigos representados pela base sem comprometer a aliança Japão-EUA, em um ambiente cada vez mais tenso na Ásia Oriental.
- Japão enfrenta nova onda de calor extremo com até 39°C - 3 de agosto de 2025 9:58 am
- Navios chineses invadem águas japonesas em Okinawa - 3 de agosto de 2025 1:56 am
- Trump posiciona submarinos nucleares após ameaça russa - 3 de agosto de 2025 1:45 am