Marinha norte-americana envia grupo de assalto para o Mar do Sul da China. A Marinha dos Estados Unidos enviou uma pequena armada para o Mar do Sul da China, no que é considerado uma demonstração de força, com as tensões crescendo sobre a construção de ilhas artificiais em águas disputadas pela China.
Citando autoridades militares norte-americanas, a Navy Times informou que o porta-aviões John C. Stennis, os destroyers Chung-Hoon e Stockdale, os cruzadores Antietam e Mobile Bay, juntamente com a Blue Ridge, navio comando da Sétima Frota com sede no Japão, partiu recentemente para o Mar do Sul da China, onde Pequim instalou mísseis terra-ar e construiu uma pista de pouso em uma área recuperada.
O Blue Ridge está a caminho das Filipinas, enquanto o Antietam, também baseado no Japão, está realizando uma “patrulha de rotina” na área, reportou a Navy Times. Acrescentou que o porta-aviões nuclear Stennis partiu do estado de Washington, em 15 de janeiro.
As recentes implementações vêm em meio a acusações dos EUA de que a China está “militarizando” o Mar da China Meridional – uma acusação que Pequim contestou.
Testemunhando perante o Senado dos EUA, no mês passado, Almirante Harry Harris, chefe do Comando do Pacífico no Havaí, disse ao Comitê de Serviços Armados que “na minha opinião, a China está claramente militarizando o Mar do Sul da China … ”
Harris também expressou preocupação com os relatórios que dizem que a China iria declarar uma Zona de Defesa Aérea (ADIZ – Air Defense Identification Zone ) sobre o Mar do Sul da China, observando que Pequim já havia recuperado cerca de 3.000 acres de “bases militares” em águas disputadas.
Um ADIZ exigiria que aeronaves se identificassem e declarassem as suas intenções à autoridade de aviação chinesa. O direito internacional permite que uma nação declare uma ADIZ sobre o seu território. Mas vários países, incluindo as Filipinas, estão reivindicando partes do Mar da China Meridional, que a China está reivindicando quase que inteiramente como sendo sua própria.
“Quando eles colocaram os seus sistemas de mísseis avançados nas Paracels, quando eles construiram três pistas 10.000 pés nas Spratly, em uma ilha que já está recuperada – quando fazem tudo isso, eles estão mudando o cenário operacional no Mar do Sul da China, ” disse Harris aos repórteres no Pentágono, no mês passado. “Em caso de guerra, eles podem elevar o nível do controle tático no Mar do Sul da China.
Pequim criticou Harris por “semear a discórdia” e intenção “de difamar legítimas e razoáveis ações da China” na área em disputa, acrescentando: “Ele está procurando uma desculpa para manter a hegemonia marítima dos EUA, à força.”
O ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, disse que a “desmilitarização” na área deve incluir os EUA e a Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN). Os ministros da ASEAN, em uma recente reunião em Vientiane, Laos, tinham expressado preocupações sobre as ações chinesas nas águas disputadas.
China já teria implantado os mísseis anti-aéreos HQ-9, na Ilha Woody, nas Paracels, perto do Vietnam, enquanto o caça chinês Shenyang J-11, também foi visto na área. Um radar de alta tecnologia, capaz de detectar as aeronaves furtivas norte-americanas, também poderia ser instalado, de acordo com relatórios.
Fu Ying, ex-embaixador da China em Manila e porta-voz do atual governo no Congresso Nacional do Povo da China, disse que são os EUA que estão enviando “as aeronaves mais avançadas e embarcações militares” para o Mar do Sul da China.
Ela advertiu que acusando a China de militarizar a região poderia levar a um “erro de cálculo da situação.”
Harris está pedindo ao Congresso dos EUA aprovação de investimentos para a próxima geração de mísseis anti-superfície, para que a Marinha possa combater as capacidades crescentes de potenciais rivais. Ele também quer mais submarinos de ataque implantados na região.
Fonte: Philstar http://www.philstar.com/headlines/2016/03/05/1559594/us-navy-deploys-strike-group-south-china-sea
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