Imagem: Divulgação – O Japão considerou hoje que a decisão da UNESCO de inscrever documentos relacionados com o Massacre de Nanjing no seu registo da Memória do Mundo foi “extremamente lamentável” e apelou a uma revisão do processo.
“É extremamente lamentável que uma organização global, que deve ser neutra e justa, insira os documentos no registo da Memória do Mundo, apesar dos repetidos apelos do Governo japonês”, disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Tóquio, em comunicado.
“Como membro responsável da UNESCO, o Governo japonês vai tentar que este importante projeto seja reformado, para que não seja usado politicamente”, acrescentou.
Os documentos relacionados com o Massacre de Nanjing, uma ofensiva militar japonesa que Pequim diz ter matado 300.000 pessoas em 1937, foram inscritos na sexta-feira no programa Memória do Mundo da UNESCO.
O massacre de Nanjing é um tema particularmente sensível nas relações entre o Japão e a China, com Pequim acusando Tóquio de nunca ter sido capaz de se redimir dessas atrocidades.
Os militares japoneses invadiram a China nos anos 1930 e os dois países estiveram em guerra entre 1937 e 1945, quando o Japão foi vencido na II Guerra Mundial.
A China afirma que 300.000 pessoas morrerem nas seis semanas de matanças, violações e destruição após os japoneses entrarem em Nanjing, apesar de alguns especialistas estrangeiros defenderem que o número de vítimas foi inferior.
O historiador da China Jonathan Spence, por exemplo, estima que 42.000 mil soldados e civis tenham sido mortos e 20.000 mulheres violadas, muitas acabaram sendo mortas.
No Japão, muitos contestam esta versão. Em fevereiro, um executivo da emissora pública NHK negou o massacre, apelidando a informação sobre este acontecimento de “propaganda”.
A posição oficial do Japão é de que “a morte de um vasto número de não-combatentes, as pilhagens e outros atos ocorreram”, apesar de acrescentar que “é difícil determinar” o número correto de vítimas.
O programa Memória do Mundo, iniciado em 1992, tem como objetivo preservar a herança documental da humanidade, e inclui atualmente 348 documentos e arquivos vindos de países de todo o mundo.
Agência Lusa
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