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12 países assinam tratado de livre comércio TPP (Trans Pacific Partnership)

12 países assinam tratado de livre comércio TPP (Trans Pacific Partnership). O maior acordo comercial do mundo foi assinado nesta segunda-feira.

A Trans Pacific Partnership (TPP) Parceria Trans-Pacífico, corta tarifas comerciais e estabelece normas comuns no comércio para 12 países da costa do Pacífico, incluindo os EUA e o Japã, os outros países são: Malásia, Singapura, Brunei, Vietnã, Canadá, México, Peru, Chile, Austrália e Nova Zelândia.

Ela marca o fim de cinco anos de negociações muitas vezes amargas e tensas.

Os defensores dizem que esta parceria valerá bilhões de dólares para os países envolvidos, mas os críticos dizem que foi negociado em segredo e está direcionado às grandes corporações.

O acordo abrange cerca de 40% da economia mundial e foi assinado depois de cinco dias de negociações em Atlanta nos EUA.

Apesar do sucesso das negociações, o acordo ainda tem de ser ratificado pelos legisladores de cada país.

Para o presidente Barack Obama, o acordo de comércio é uma grande vitória.

Ele disse: “esta parceria ajudará os nossos agricultores, pecuaristas e fabricantes, eliminando mais de 18.000 impostos que vários países colocam em nossos produtos”.

Mas o senador Bernie Sanders, o candidato democrata a presidência dos EUA, disse: “Wall Street e as grandes corporações ganharam novamente.”

Ele afirmou que o acordo custaria aos EUA empregos e prejudicaria os consumidores e que ele iria “fazer tudo o que eu puder para derrotar este acordo” no Congresso.

A China deixada de fora

A China, que não está envolvida no acordo, segundo a administração Obama, espera-se que ela seja forçada a aceitar a maior parte das normas estabelecidas pela TPP.

Ele disse: “Quando mais de 95% dos nossos potenciais clientes vivem fora das nossas fronteiras, não podemos deixar que países como a China escrevam as regras da economia global.”

“Devemos escrever essas regras, abrindo novos mercados para produtos americanos, enquanto estabelecemos padrões elevados de proteção aos trabalhadores e preservação do nosso meio ambiente.”

O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, disse a jornalistas que o acordo foi uma “grande resultado não apenas para o Japão, mas também para o futuro da regão Ásia-Pacífico”.

Supporters and individual patients living with cancer including (L-R) John Fortivin, Zak Norton and Greg Ames, protest outside the hotel where the Trans-Pacific Partnership Ministerial Meetings are being held in Atlanta, Georgia, September 30, 2015.
O acordo tem sido criticado por alguns que dizem que vai haver retenção de medicamentos que salvariam vidas de pessoas que precisam deles

Disputa biotecnológica

A rodada final de negociações foi atrasada pela discussão sobre quanto tempo as empresas farmacêuticas poderiam ser autorizadas a manter um período de monopólio sobre os seus medicamentos.

Os EUA queriam 12 anos de proteção, dizendo que, garantindo receitas durante um longo período incentivariam as empresas a investir em novas pesquisas.

Austrália, Nova Zelândia e vários grupos de saúde pública argumentaram que o período deveria ser de cinco anos antes de permitir uma alternativa mais barata para o mercado (genérico).

Eles disseram que uma patente com prazo mais curto reduziria os custos para os serviços de saúde e trariam medicamentos que salvariam vidas dos pacientes mais pobres.

Mesmo que o acordo fosse alcançado, nenhum período de proteção definitivo foi confirmado.

Falando em uma conferência de imprensa após o encontro, o representante comercial dos EUA Michael Froman, comemorou o acordo como o primeiro passo para definir um período de proteção para as patentes de novas drogas, que, segundo ele, “incentivariam” os produtores de drogas.

Mas a Biotechnology Industry Association com sede em Washington, disse que estava “muito desapontado” com os relatos de que o acordo ficou aquém da proteção de 12 anos desejado pelos EUA.

New Zealand cows
Querendo acesso. Indústria de laticínios da Nova Zelândia está ansiosa para acessar outros mercados do Pacífico.

Questões tensas

A indústria automobilística foi outra área de intensa negociação com os países, discutindo sobre quanto de um veículo teve que ser fabricado dentro dos países da TPP, a fim de qualificar seu status de livre de impostos.

A agricultura provocou outro ponto de atrito com países como a Nova Zelândia que querem mais acesso aos mercados no Canadá, México, Japão e Estados Unidos.

O Canadá, entretanto, lutava para manter o acesso aos seus mercados de produtos lácteos e de aves domésticas estritamente limitados. O acordo e seu impacto sobre os eleitores rurais é particularmente sensível à frente das eleições federais em duas semanas.

Questionado sobre as potenciais perdas de emprego – uma crítica ao acordo – o ministro do Comércio do Canadá Ed Fast disse: “Não prevemos que haverá perdas de empregos. Obviamente haverão indústrias que terão de se adaptar.”.

O acordo foi uma ocasião que “acontece uma vez na vida, para moldar as regras na região da Ásia-Pacífico”, acrescentou o Sr. Fast.