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Filipinos acolhem refugiados: uma nobre tradição

Filipinos acolhem refugiados: uma nobre tradição. Quando o governo filipino disse que estava disposto a acomodar 3.000 Rohingyas que procuravam refúgio da perseguição política, o país não só cumpriu com o seu compromisso com a Convenção de 1951 relativa ao Estatuto dos Refugiados, como também deu continuidade a uma tradição de acolher as vítimas de perseguição em todo o mundo.

Desde maio deste ano, milhares de Rohingyas, imigrantes muçulmanos de Mianmar, buscaram refúgio em alguns países do Sudeste Asiático, particularmente Malásia, Tailândia e Indonésia, fugindo da severa perseguição em seu país de origem, tráfico de seres humanos e forte hostilidade em sua terra natal. Chamados como os “ping-pong humano” e “boat people”, alguns Rohingyas ficaram presos no mar tentando encontrar um país que pudesse ajudá-los em sua situação. Enquanto uns passavam fome, outros morriam.

Os gritos de socorro, inicialmente, caíram em ouvidos surdos, causando uma crise humanitária que desafiou o compromisso do mundo em aliviar a situação dessas pessoas.

As Filipinas, no entanto, decidiram abrir seus braços, como já fizera antes, quando outros refugiados procuraram segurança contra conflitos e tumultos. O Secretário de Comunicações Herminio Coloma Jr. disse que as Filipinas permanecem em solidariedade com as Nações Unidas (ONU), em apoio à causa de pessoas deslocadas para prestação de assistência e socorro.

“Vamos continuar fazendo a nossa parte para salvar vidas no âmbito dos mecanismos existentes de longa data e nos termos do nossos compromisso com o Estatuto do Refugiado”, disse ele.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), recentemente elogiou as Filipinas por permanecer fiel ao seu compromisso.

“As Filipinas têm uma forte tradição humanitária de proteção internacional em apoio aos refugiados sem voz”, disse o representante do ACNUR nas Filipinas Bernard Kerblat.

Coloma também recordou quando as Filipinas estabeleceram um centro de processamento que ajudou cerca de 18.000 imigrantes da Indochina em 1970, durante a Guerra do Vietnã.

Refugiados Vietnamitas na década de 1980 – Fundação Presidente Elpidio Quirino

Mas houve esforços humanitários também, para refugiados no início dos anos 1930, quando mais de mil judeus encontraram segurança no arquipélago durante o Holocausto.

Sr. e Sra. Frieder com refugiados em Manila, Abril de 1940 – Fundação Presidente Elpidio Quirino

Em 1949, as Filipinas, sob a administração do presidente Elpidio Quirino, recebeu cerca de 6.000 russos que fugiam do regime comunista na China.

Alguns refugiados russos no Campo Tubabao – Fundação Presidente Elpidio Quirino

Houveram, também, 200 espanhóis que fugiram para as Filipinas em busca de asilo na época da guerra civil espanhola.

UNHCR infographic

Mas, mesmo antes da Convenção de 1951 relativa ao Estatuto dos Refugiados, o governo já havia aprovado a Lei de Imigração das Filipinas de 1940, onde a Seção 47 (b) estabelece que o presidente pode “admitir estrangeiros que se encontram refugiados por motivos religiosos, políticos e raciais, por razões humanitárias, e quando não se oponham ao interesse público. “

Segundo o ACNUR, a lei era visionária, pois foi promulgada 11 anos antes que o mundo chegasse a um acordo sobre as definições dos conceitos de “humanitária” e “perseguição”.

Devolvendo

As Filipinas receberam uma quantidade significativa de ajuda de vários países e organizações durante os tempos de tragédia e desastres, sobretudo no episódio do tufão “Yolanda” em 2013, quando a ajuda humanitária veio de diferentes partes do mundo. Isso ajudou o país a tornar-se mais resistente e recuperar-se mais rapidamente da destruição maciça causada pelo super tufão.

Os EUA estão entre os muitos países que enviaram ajuda para as vítimas do tufão Yolanda

Como forma de retribuir e no espírito de continuar uma nobre tradição, o ACNUR exorta os filipinos e até mesmo as corporações para apoiar a causa daqueles que não têm escolha, senão sair de casa e procurar refúgio em uma terra estrangeira. Vinte milhões de pessoas são deslocadas à força devido a conflitos armados em curso na Turquia, Jordânia, Líbano e Etiópia, entre outros, estão necessitando de assistência monetária para aliviá-los de sua situação.

Dados do ACNUR mostram que 13,9 milhões de pessoas, em 2014, foram deslocados devido a conflitos e perseguições. Isto significa 42.500 pessoas por dia.

“Para uma era de deslocamento em massa, sem precedentes, precisamos de uma resposta humanitária sem precedentes e um compromisso mundial com a tolerância e a proteção para as pessoas que fogem de conflitos e perseguições”, disse Antonio Guterres do ACNUR.

Saiba mais sobre a situação dos refugiados e como ajudar no site www.unhcr.ph.

Fonte: philstar

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