Editorial: Mãe de Mie-Ken faz campanha para ter seu filho de volta. Uma mãe brasileira de 28 anos, teve um de seus 4 filhos, de 9 anos levado pelo Jido Soudansho (conselho tutelar japonês) sob a acusação de ter agredido o garoto. A mãe alega que não agrediu seu filho e que as supostas marcas nas costas do seu filho foram geradas por um desentendimento entre irmãos, coisas de criança, não sendo motivo para a retirada de seu filho. A retirada do garoto foi efetuada mediante coação física, pois a residencia foi invadida por funcionários do Jido Soudansho e pela policia, sem que nenhuma explicação fosse dada.
O garoto é filho de seu primeiro casamento com um brasileiro, cujo paradeiro é desconhecido, e tem a cidadania brasileira, já as outras crianças são de seu casamento com cidadão japonês, hoje separada.
Depois que a mãe denunciou seu caso nas redes sociais, este está ganhando grande repercussão nas mídias da comunidade brasileira do Japão e no Brasil, juntando-se a este caso, começam a aparecer outros em que crianças brasileiras são levados por esse órgão japonês (Jido Soudansho) que são entidades autônomas governamental privada, que recebe orçamento do governo.
Em depoimentos de apoio à mãe, há relatos de crianças das províncias de Aichi e Shizuoka que estão retidas a mais de 2 e 8 anos respectivamente, sem que até hoje não houvesse solução para esses casos.
Segundo nota do Consulado Geral do Brasil em Nagoya, o consulado acompanha de perto o caso, mas segundo relatos da mãe o Jido Soudansho quer que ela assuma todas as acusações que lhe são imputadas para ter seu filho de volta, correndo o risco de perder as outras crianças que têm nacionalidade japonesa.
O caso começa a ganhar destaque pela quantidade de relatos de outras crianças brasileiras e japonesas que são retiradas de suas famílias apenas por suposições ou denúncias sem provas concretas de agressão ou violência doméstica. O órgão em questão tem a prerrogativa de não dar nenhuma explicação sobre os desdobramentos do processo, de como as crianças que estão sob sua custódia estão sendo tratadas, alimentadas, seu estado psicológico e visitas não são permitidas, nem mesmo de familiares que não estão envolvidos na questão mas que fazem parte da família da criança.
A campanha que a mãe promove é para a mudança da lei do Japão que trata sobre o assunto.
A comunidade brasileira no Japão exorta o Governo Brasileiro, o Ministério das Relações Exteriores na pessoas do Exmo. Senhor Ministro de Estado Embaixador Mauro Vieira, para que tome ciência deste e de outros casos envolvendo a retirada de cidadãos brasileiros menores de idade do seio de suas famílias sem a devida comprovação de delito, e tome à frente em solicitar informações ao Governo Japonês, pois, assim como foi amplamente divulgado pela mídia, a intervenção do Itamaraty no caso dos dois brasileiros presos e condenados a morte na Indonésia, por tráfico de entorpecentes, o caso aqui no Japão tem o agravante pelo fato das crianças não terem cometido crime algum, e mesmo assim estão condenadas a serem privadas do convivio familiar e em um ambiente que não se sabe como estão sendo tratadas, pois o Jidou Sodansho se recusa a dar informações a respeito. Não pedimos a ingerência nas Leis e Soberania Japonesa, apenas a defesa dos direitos de cidadão brasileiros e o respeito ao Tratado Internacional dos Direitos da Criança e dos Direitos Humanos do quais os dois países são signatários!
Até o fechamento da matéria não obtivemos respostas do órgão japonês.
Da Redação
- Encerrada a 33ª Exposição de Artistas Estrangeiros em Nagoia - 5 de novembro de 2018 4:21 pm
- Editorial: Bolsonaro e a quebra de paradigmas - 29 de outubro de 2018 2:40 pm
- Resultado é comemorado com festa e fogos em frente à casa de Bolsonaro - 29 de outubro de 2018 2:04 pm