Abe diz que a nova lei de segurança é uma necessidade. A nova lei de segurança é necessárias porque o Japão não pode ignorar mundo real, segundo o Primeiro Ministro Shinzo Abe.
O primeiro-ministro Shinzo Abe disse nesta quinta-feira que o Japão já não pode fugir de sua responsabilidade de ajudar a salvaguardar a estabilidade da região, e deve sair da sombra protetora dos Estados Unidos.
Abe fez seus comentários em uma entrevista coletiva após o gabinete ter aprovado um conjunto de projetos de lei reforçando o papel e o âmbito dos militares, redefinindo sua posição como o país pacifista e irritando os países da região Ásia-Pacifico.
O projeto de lei, que irá tramitar perante os legisladores nos próximos meses, formaliza uma decisão tomada pelo Conselho de Ministros no ano passado para ampliar o poder das forças armadas em equipamentos e treinamentos.
Estes projetos de lei permitiriam ao Japão auxiliar, militarmente, países aliados na chamada “defesa coletiva” -algo atualmente proibido pela Constituição pacifista do Japão.
“Vivemos em uma era em que nenhum país pode mais proteger-se sozinho”, disse Abe numa conferência de imprensa televisionada. “Nos últimos dois anos, os japoneses foram vítimas de terrorismo na Argélia, Síria e Tunísia; o Japão está dentro do alcance de centenas de mísseis balísticos da Coreia do Norte e o número de aviões de combate aumentou sete vezes em uma década.
“Esta é a realidade. Não devemos tentar ignorá-la. ”
Washington – que impôs a constituição nunca alterada em um Japão derrotado durante seu pós-Segunda Guerra Mundial – há muito pede para Tóquio assuma um papel mais ativo no seu pacto de segurança mútua.
Mas o público japonês suspeita de qualquer coisa que pareça diminuir o compromisso de pacifismo, e insiste em que suas forças armadas só devem ser usadas do Japão.
Os críticos dos movimentos de segurança dizem que derrubando este princípio, Tokyo possa ser tragada em aventuras militares americanas no Oriente Médio, uma situação que Abe rejeitou quinta-feira.
“O princípio convencional de que os militares não devem ser utilizados no exterior vai ficar. Eles não vão tomar parte em conflitos como a Guerra do Golfo ou Guerra do Iraque no futuro. Quero deixar isso bem claro “, disse ele.
Ele disse que os últimos 70 anos provam que o Japão está comprometido com a paz e o país deve estar confiante em sua capacidade de manter esse caminho, sem temer essas mudanças legais de arrastá-lo para um conflito.
“Nem um único japonês quer ver uma guerra”, disse ele.
Centenas de pessoas se reuniram em frente ao escritório de Abe na quinta-feira, segurando faixas condenando as mudanças jurídicas propostas.

“Os projetos de lei acabarão por servir como uma luz verde para se juntar a uma guerra americana. É claramente uma violação da Constituição “, disse Akemi Kitajima, de 66 anos.
Abe também enfrenta acusações chinesas que ele está remilitarizando o Japão às escondidas em um esforço para retornar ao expansionismo militar do século 20. O primeiro-ministro e os seus acessores negar isso.
A legislação, que iria rever 10 leis relacionadas a segurança e criar uma nova, abriria o caminho para as forças armadas de implementar missões no exterior, como equipes de busca e resgate em desastres naturais e missões de paz da ONU.
As revisões incluem a remoção de restrições geográficas sobre o apoio logístico para as forças amigas em “situações que possam afetar significativamente a segurança do Japão”.
Eles também dizem que o Japão pode defender aliados “em situações em que existe um risco claro de que a existência do Japão está ameaçada e os direitos do seu povo … são comprometidas por meio de um ataque a um país que tem uma relação estreita com o Japão”.
A decisão do gabinete vem, justamente na mesma época em que o Japão promove sua primeira feira de armamentos global, o resultado do relaxamento nas regras que proíbem a venda de armas no exterior, pode ser uma tentativa de alvancar a indústria bélica no mercado interno.
Fonte: AFP
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