O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, inicia quinta-feira uma visita de três dias ao Japão, com o objetivo de reforçar os laços econômicos, científicos e culturais, numa altura em que os dois países vivem um “momento de excelência nas relações”.
Trata-se da primeira visita de um chefe de Governo português ao Japão em 25 anos, correspondendo ao convite feito em Lisboa no ano passado pelo primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, na primeira ocasião em que um líder de executivo nipônico se deslocou a Portugal.
A visita, também com objetivos de captação de investimento, inclui um pequeno-almoço de trabalho em que o primeiro-ministro estará à mesa com responsáveis da associação empresarial que concentra a maior parte do Produto Interno Bruto (PIB) japonês, a Keidanren.
“Até pelo hiato temporal desde a última viagem, pelo momento de excelência nas relações com o Japão, que se tem consubstanciado na visita de vários membros do Governo e no maior contacto entre a AICEP e a sua congénere japonesa, numa componente de captação de investimento, houve a preocupação de responder ao convite no ano seguinte”, disse à Lusa fonte diplomática.
De acordo com a mesma fonte, os objetivos da visita passam pelo reforço do relacionamento do ponto de vista económico, científico e cultural, identificando áreas em que tanto o Japão como Portugal têm experiência e ‘know-how’, e problemas comuns”, incluindo uma “forte componente de investigação”.
Em causa estão as áreas da energia e crescimento verde, a economia do mar e a inovação dedicada ao apoio à terceira idade.
Acompanham o primeiro-ministro na viagem o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, o ministro da Economia, António Pires de Lima, o ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, Jorge Moreira da Silva, e o secretário de Estado da Energia, Artur Trindade.
Em Quioto serão assinados diversos memorandos, designadamente entre a Universidade do Algarve, o IPMA e a Universidade de Kinki, e entre a Universidade do Algarve e a Faculdade de Ciências da Universidade de Hokkaido. Trata-se de cooperação na área da aquacultura e do intercâmbio de estudantes.
Em Tóquio, a agência para o investimento e comércio externo de Portugal, AICEP, assinará um memorando com a sua congénere nipónica, a Jetro.
Passos Coelho receberá o doutoramento honoris causa pela Universidade de Estudos Estrangeiros de Quioto, em “nome de Portugal e dos países em que o português é língua oficial, pelo apoio dado por Portugal à CPLP”, a comunidade dos países de língua portuguesa, na qual o Japão tem estatuto de observador.
“As parcerias entre empresas e universidades dos dois países podem projetar-se muito além de Portugal, que tem relações privilegiadas com África e a América Latina, e o Japão, que tem um papel privilegiado na Ásia”, sustentou a mesma fonte diplomática.
O primeiro dia da visita, em Quioto, na quinta-feira, é marcado pelo doutoramento honoris causa do primeiro-ministro, e inclui uma visita ao palácio imperial de Quioto, e a assinatura de memorandos de cooperação. A comitiva nesse dia segue de ‘comboio-bala’ para Tóquio.
O dia mais intenso do programa da viagem é passado em Tóquio, na sexta-feira, começando com o pequeno-almoço de trabalho na associação empresarial Keidanren, cerca das 08:00, prosseguindo com um encontro na congénere nipónica da AICEP, incluindo também o seminário empresarial ‘smart cities – smart solutions’, e ainda os encontros de Passos Coelho com o Imperador do Japão e o primeiro-ministro japonês.
No sábado, o primeiro-ministro termina a visita com um encontro com a comunidade portuguesa na residência do embaixador de Portugal em Tóquio.
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