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Okinawa tenta bloquear construção da nova base militar dos EUA

Okinawa abriga mais da metade dos 48 mil soldados que os Estados Unidos mantêm no Japão.

O governo da prefeitura japonesa de Okinawa ordenou nesta segunda-feira (23) a suspensão das obras de realocação de uma polêmica base militar dos Estados Unidos nesta região, um desafio ao Executivo central, que dirigia estes trabalhos.

A decisão foi anunciada hoje pelo novo governador de Okinawa, o conservador Takeshi Onaga, que chegou ao poder em novembro após uma campanha focada na rejeição à presença americana nesta ilha.

A medida foi criticada pelo Executivo japonês, que assinou com Washington um acordo para transferir a base dentro da ilha principal de Okinawa em 1996, embora desde então o projeto se encontre embarreirado pela forte oposição dos políticos e da população local.

Em entrevista coletiva realizada hoje, o porta-voz do governo, Yoshihide Suga, qualificou esta suspensão de “decepcionante”, e afirmou que a intenção de Tóquio é “continuar os trabalhos de construção sem nenhum atraso”.

A prefeitura de Okinawa ordenou a suspensão das perfurações submarinas realizadas pelo Ministério japonês de Defesa no litoral para preparar o terreno onde será construída a nova base dos EUA, com o argumento de que essas obras danificaram os recifes de coral da região.

O governador afirmou que os trabalhos violam as normativas locais sobre meio ambiente e pesca, e ameaçou retirar a permissão de obras aos técnicos “se não pararem suas atividades imediatamente “. Estes trabalhos são a primeira fase para a realocação da base militar americana de Futenma até uma paisagem mais recôndita na cidade de Nago, ao norte da ilha.

A controvertida base de 480 hectares fica no mesmo centro urbano da cidade de Ginowan, de 94 mil habitantes, rodeada de casas e edifícios públicos, o que durante anos gerou protestos de seus cidadãos por causa do barulho e da possibilidade de acidentes.

Enquanto Tóquio defende a mudança como via para garantir a permanência da base em Okinawa e reduzir seu impacto sobre a população, o governo local se opõe frontalmente a construção das novas instalações com a intenção de acabar com a presença americana na região em médio prazo.

Okinawa abriga mais da metade dos 48 mil soldados que os Estados Unidos mantêm no Japão, e 20% do solo da ilha principal do arquipélago é terreno militar americano.

EFE

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