Escutar música clássica com frequência ativa os genes associados à função cerebral e ajuda a prevenir as doenças neurodegenerativas, segundo um estudo divulgado nesta sexta-feira por cientistas da Universidade de Helsinque, na Finlândia.
Até agora os especialistas sabiam que escutar música representa uma complexa função cognitiva do cérebro que provoca diversas mudanças neurais e fisiológicas, mas pouco havia sido estudado sobre os efeitos em nível molecular.
Música clássica previne doenças neurodegenerativas, diz estudo. EFE/Miguel Gutiérrez
O objetivo da pesquisa era estabelecer as alterações genéticas ocasionadas pela música clássica, e para isso foi examinado o sangue de um grupo de 48 pessoas antes e depois de escutarem o Concerto para Violino número 3, de Mozart.
O estudo, dirigido pelo professor da Universidade de Helsinque Chakravarthi Kanduri, conclui que escutar música clássica com frequência aumenta a atividade dos genes envolvidos na secreção de dopamina, na neurotransmissão sináptica, na aprendizagem e na memória.
Além disso, contribui para tornar menos ativos os genes envolvidos na degeneração do cérebro e do sistema imunológico, o que reduz o risco de contrair doenças neurodegenerativas como o Mal de Parkinson ou a demência senil, segundo os cientistas.
“Os efeitos genéticos foram identificados apenas nos participantes que são muito fãs de música ou músicos profissionais, o que ressalta a importância que a música é algo muito familiar”, explicaram os autores do estudo.
Curiosamente, vários dos genes analisados que se ativam ao escutar música também estão presentes nos pássaros cantores e são os responsáveis pela capacidade dessas aves de aprender a cantar.
Esse fato, segundo os cientistas, sugere que exista “um cenário evolutivo comum na percepção dos sons entre os pássaros cantores e os humanos”.
Segundo eles, os resultados dessa pesquisa proporciona uma nova informação sobre a origem molecular da percepção musical e a evolução, e abrem portas para novas descobertas sobre mecanismos moleculares subjacentes na musicoterapia.
EFE
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