Comentários sobre questões históricas relacionadas ao Japão, feitos por uma funcionária de alto escalão do governo dos Estados Unidos, geraram controvérsia. Hoje, para o Comentário, conversamos com Tadashi Ideishi, da NHK, sobre esses comentários e a situação atual.
Começamos pedindo que o comentarista explicasse o que a funcionária do governo dos Estados Unidos disse.
Ideishi explica: “A subsecretária de Estado dos Estados Unidos Wendy Sherman, fez um discurso em Washington na semana passada, salientando a importância do relacionamento entre o Japão, a China e a Coreia do Sul, no contexto dos 70 anos desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Ela disse que sentimentos nacionalistas ainda podem ser explorados e que é fácil para dirigentes políticos de qualquer país obter aplausos baratos caluniando um antigo inimigo. Ela acrescentou que tais provocações levam à paralisia e não ao progresso.
Respondendo a um repórter, uma porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos disse que os comentários não se referiam a nenhuma pessoa ou país em particular. Contudo, depois que a subsecretária fez aquele comentário, órgãos da mídia, políticos e grupos políticos da Coreia do Sul têm feito protestos. Eles alegam que a Coreia do Sul é um país aliado dos Estados Unidos e que os comentários foram ofensivos. Alguns questionaram se Washington teria se posicionado a favor do Japão e grupos conservadores fizeram protestos nas proximidades da embaixada dos Estados Unidos em Seul. Na quinta-feira, o embaixador dos Estados Unidos foi atacado por um elemento em meio à crescente revolta.”
Este incidente vai afetar as relações bilaterais entre os Estados Unidos e a Coreia do Sul?
Ideishi responde: “Eu acho que isso terá um efeito considerável. Ambos os governos emitiram declarações condenando o ataque, numa tentativa de amenizar a situação. Este ano assinala o septuagésimo aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial.
As relações do Japão com a China e a Coreia do Sul continuam tão tensas que as questões históricas podem piorar ainda mais a situação. Acredito que foi por isso que Sherman teria feito este comentário, por estar preocupada. Aparentemente sua intenção seria enviar a mensagem aos três países. Ela provavelmente quer incentivá-los a não usar o sentimento público mas a encararem o passado e, assim, trabalharem juntos em prol da paz e da estabilidade da região.
Contudo, eu acredito que a situação pode caminhar numa direção oposta à intenção de Sherman. Como 2015 é um ano histórico, há muitos motivos para preocupações.”
NHK world
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