Filpo Ribeiro e Michio O’Hara une Brasil e Japão com O Som que passa o Mar

O rabequista brasileiro Filpo Ribeiro, de descendência japonesa, já está no Japão para apresentações em comemoração dos 110 anos dos vínculos estabelecidos entre Brasil e Japão. Acompanhado pelo cravo do maestro japonês Michio O’Hara realizarão shows em algumas cidades do Japão. No dia 5 de outubro o evento será realizado no auditório da Embaixada do Brasil em Tóquio, com início as 18:00 horas. Dia 7 em Tóquio, dia 12 de outubro estarão se apresentando no Munetsugu Hall em Nagoia, dia 13 em Osaka, 14 de outubro em Nagoia.

Nos períodos medieval e do Renascimento, a rabeca (rebec) ou fidle, era instrumento musical de cordas muito habitual na Europa. Com a invenção do violino, na Itália, no início do século XVII, a rabeca desapareceu na Europa. No Brasil, onde os Portugueses chegaram nos séculos XV e XVI, provavelmente levando a rabeca, pode-se ainda ouvir este instrumento na música folclórica. Felipe realiza diversos trabalhos e pesquisas com instrumentos da tradição popular brasileira como rabeca, viola caipira, marimbau e violão.

Photo by By Neube Neto

O músico é um dos criadores do grupo Jovens Fandangueiros do Itacuruçá, da Ilha do Cardoso (Cananéia/SP). Durante dois anos, trabalhou junto ao grupo Paranapanema, pesquisando e executando repertório baseado no samba paulista, congadas e batuques de umbigada. Com o grupo Guarará, participou do projeto “Guarará é Batido com a Mão!”, aprovado pelo PAC (Programa de Ação Cultural) da Secretaria de Estado da Cultura. O projeto circulou por seis cidades do litoral e interior o Estado, realizando shows e oficinas com os grupos tradicionais locais. O grupo ainda foi contemplado no programa Petrobrás Cultural 2008/2009, realizando gravações de músicas inéditas e autorais.

Fundador e integrante do grupo Pé de Mulambo, ao lado os músicos Guluga (Recife/PE) e Rone Gomes (Olinda/PE), Felipe cujo trabalho reúne composições próprias e temas tradicionais relacionados ao universo da rabeca brasileira e da viola de dez cordas, lançou dois CDs: Segura Essa Munganga aí, Menino!, 2011, e Giro Solto, 2013, assinando a direção musical ao lado de Marcos Alma (ambos pelo Selo Cooperativa de Música/Tratore).

Photo by Bell Lima

O primeiro disco foi premiado no mesmo ano pelo edital ProAC (Programa de Ação Cultural) da Secretaria de Estado da Cultura e em 2012 foi finalistas do 23º Prêmio da Música Brasileira 2012 na categoria “Melhor grupo – música regional”. Em 2014, deu sequência à pesquisa da rabeca e viola brasileira, criando o grupo Filpo Ribeiro e a Feira do Rolo, realizando shows e oficinas ligadas à cultura popular, ao forró e ao universo dos dois instrumentos. Em 2016, o CD Sebastião Biano e seu terno Esquenta muié foi finalista do 27º Prêmio da Música Brasileira como melhor álbum instrumental.

Photo by Erika

Atualmente, acompanha o cantor e compositor Jonathan Silva (ES) como músico e diretor musical do show e do CD Precisa-se de compositor com experiência, a Cia Cabelo de Maria (SP) e Sebastião Biano e seu terno esquenta muié. Com seu grupo Filpo Ribeiro e a Feira do Rolo, lançou o CD Contos de beira d’água (2017), aprovado pelo edital ProAc, realizando shows de lançamento por diversas cidades do Estado de São Paulo.

Michio O’Hara, natural de Nagoia, Japão, dedica-se à interpretação de música antiga em instrumentos de tecla históricos, cravo e fortepiano. Da sua carreira concertista como solista, destacam-se as suas participações no festival de música antiga “Alte Musik Treff” de Berlim, Alemanha, em 2005; no ciclo de concertos em Schleswig-Holstein, Alemanha, em 2006; nos concertos comemorativos dos 250 anos da morte de Domenico Scarlatti em Gelnhausen, Alemanha, e Nagoia, Japão, o concerto dado nesta cidade foi gravado para a televisão japonesa; concertos em Monte Compatri (Itália), Kwanjiu e Yeosu (Coreia do Sul) em 2008; concerto em Frascati, Itália, a convite da “Associazione Musicale Karl Jenkins” em 2012; recitais de música portuguesa para instrumentos de tecla em Berlim, Alemanha, Grottaferrata, Itália e Aveiro em 2013.

Agora, toca e dá concertos em Portugal todos os anos desde 2013. Desde 2015, dá Masterclass do cravo no Porto, especialmente pelo Conservatório de Música do Porto. Foi convidado em 2016 como professor do Masterclass, e em 2017 para o concerto de jubileu dos 100 anos do Conservatório. Desde 2017, tem contrato com a Naxos, marca de CD. Em 2018, trabalhou como correpetição do curso da música em Casa de Mateus.

Foi diretor musical da Orquestra Barroca de Nagoia de 2009 até 2015. Do trabalho realizado com esta orquestra, destacam-se a ópera “Xerxes” de G. F. Handel em 2013 e a ópera “Bastien und Bastienne” de W. A. Mozart em Abril de 2015.

Estudou musicologia na “University of Arts” de Aichi, Japão de 1997 a 2001, obtendo o 1º prémio nesta Universidade pela sua dissertação. De 2001 até 2005, estudou trompa natural com Oliver Kersken e cravo com Wiebke Weidanz e Michaela Hasselt na Hochschule für Musik und Theater de Leipzig, Alemanha. Diplomou-se nesta instituição como trompista natural em 2005. De 2005 a 2008, continuou ainda os seus estudos de cravo e fortepiano com Wiebke Weidanz na Hochschule für Musik und der darstellenden Kunst de Frankfurt am Main, Alemanha. Em 2009, classificou-se para a final do concurso “Osaka International Music Competition”.

É membro da “Sociedade Luso-Nippónica”, ambos de Tóquio e de Osaka desde 2014, também é da organização de “Yamanote Music Festival” de Nagoya desde 2010, organizando vários concertos apoiados pela Embaixada de Portugal em Tóquio, pelo Instituto Camões. No vídeo abaixo o primeiro ensaio dos dois músicos no Japão, com a  música “Chegada”, autoria de Filpo Ribeiro, que estará no repertório do concerto.

AGENDA:

Dia 5 – Workshop – Embaixada Brasileira – Tóquio
Dia 6 – show com Honami Kikawa e Yasuhisa Takada – Tóquio
Dia 7 – Concerto “O Som que passa o Mar” – Nagoya – Tóquio
Dia 8 – show com grupo Forró Legal (Japão) – Tóquio 
Dia 10 e 11 – Gravação CD do projeto “O Som que passa o mar” – Nagoya
Dia 12 – Concerto “O Som que passa o Mar” – Nagoya
Dia 13 – Concerto “O Som que passa o Mar” – Osaka
Dia 14 Concerto “O Som que passa o Mar” – Nagoya
Dia 15 – Show “Alma Ribeira” – Nagoya
Dia 16 – Show “Alma Ribeira” – Nagoya
Dia 20 – Show e workshop “Alma Ribeira” – Nagoya

Tóquio (7 de Outubro) 3000Yen com reserva/ 3500Yen sem reserva
Nagoya (12 de Outubro) 1000Yen
Osaka (13 de Outubro) 3000Yen

O Som que passa o Mar – A imigração do instrumento musical

Rabeca: Filpo Ribeiro (São Paulo)
Cravo (Harpsichord): Michio O’Hara (Nagoia)

14 de Outubro às 15h – Nagoya
Toshun Shuso (adega de Sake)

Entrada: 2500yen com reserva, incluído prova de Sake

Contacto. ledothoil357@yahoo.co.jp (português)

– Música medieval e do Renascimento
Afonso X (1221-1284), Cantigas da Santa Mária
António de Cabezón (1510-1566), Diferencias sobre el Canto del Cavallero
Giorgio Mainerio (1530/40-1582), Il Primo Livro de Balli

– Música brasileira
Heitor Villa-Lobos (1887-1959), Petiteza W048
Chiquinha Gonzaga, Gaúcho
Hermeto Paschoal, Forró Brasil
Filpo Ribeiro, Xôro sem C

Apoios:
Embaixada de Portugal e Embaixada do Brasil
Sociedade luso-nipónica de Tóquio e Osaka
Sociedade brasileiro-japonesa central
Faculdade de artes e música Aichi (University of Arts Aichi)

Soundcloud: https://soundcloud.com/filporibeiro
Soundcloud: https://soundcloud.com/filporibeiroeafeiradorolo
Soundcloud: https://soundcloud.com/jonathancompositor
Soundcloud: https://soundcloud.com/pedemulambo
Website: http://www.projetoguarara.com.br/
Myspace: https://myspace.com/difreitas
Facebook: https://www.facebook.com/filpoeafeira/
Youtube:https://www.youtube.com/channel/UCludv4BlJCbkGMuYKymBrPw

Da Redação by Cleo Oshiro

Cleo Oshiro
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