Chefs Especiais Café: A primeira cafeteria de atendentes com Síndrome de Down no Brasil.

A missão do  “Instituto Chefs Especiais”, criado pelo casal paulistano Simone e Márcio Berti em 2006, visa facilitar a autonomia de pessoas com  “Síndrome de Down” e inserí-las na vida e na sociedade como referência, qualidade e inspiração através da gastronomia. Simone Berti, cofundadora e gestora do Instituto conta com uma ajuda muito valiosa nessa missão, o famoso chef do reality show  “MasterChef Brasil”, Henrique Fogaça, padrinho e voluntário do  “Instituto Chefs Especiais” há mais de 7 anos.

Simone diz ser muito importante inserir essas pessoas no mercado de trabalho e assim tentar diminuir estigmas de coitadinhos e de incapazes”, coisa que eles não são. Pessoas com down têm possibilidade de fazer tudo, o que falta a elas é oportunidade. Henrique Fogaça, Olivier Anquier e Carlos Bertolazzi estão entre os profissionais convidados que contribuíram ministrando o preparo dos pratos dos  “Chefs Especiais”

Henrique Fogaça, João e Simone Berti.

No Brasil, mais de 300 mil pessoas têm  “Síndrome de Down”. A cada 400 bebês que nascem, um possui SD. A tendência é que este número continue crescendo, levando-se em conta que as mulheres estão dando prioridade às suas carreiras e deixando a maternidade para mais tarde, sendo fator agravante para que se tenha filhos com a Síndrome. A expectativa de vida dessas pessoas, atualmente, gira em torno dos 60 anos de idade, graças a diversos fatores. O “Instituto Chefs Especiais” que atende gratuitamente 300 pessoas desde a sua criação em 2006, faz um trabalho inovador e pioneiro que tem como objetivo ser facilitador de autonomia e oportunidades, promovendo o desenvolvimento humano e a valorização, para que essa expectativa de vida se eleve cada dia mais.

Márcio e Simone Berti

“Somos uma ONG, mas queremos ser vistos como uma escola de gastronomia. Fazemos vários eventos para inserir essas pessoas que foram capacitadas e contratamos os seus serviços. Isso serve de exemplo para outras pessoas, gera contato. Dessa forma mostramos que a única coisa que eles precisam é isso, oportunidade. E o nosso instituto é esse facilitador, essa ferramenta de autonomia, que os prepara para estar longe de seus cuidadores quando for necessário”, esclarece Simone. Criado pelo “Instituto Chefs Especiais” como presente aos seus 11 anos de trabalho inclusivo, onde visa dar autonomia a essas pessoas especiais e inclui-las no mercado de trabalho, foi inaugurado no dia 08 de junho de 2017 a “Chefs Especiais Café”, a 1ª “Cafeteria Inclusiva do Brasil” em um divertido estilo “Hardcore”, atendida por pessoas com Síndrome de Down ao estilo bad boy.

O espaço alternativo foi criado numa área cedida pelo empresário Tedd Albuquerque no restaurante “Como Assim?!”, localizado na Rua Augusta, 2559 – Jardins – São Paulo, sendo inspirado no “Motoclube In’Omertà”, onde pretende dissolver o estigma de fragilidade, motivo pelo qual o símbolo da Caveira foi escolhido, representando a igualdade entre todos nós! O “Motoclube In’Omertà” é um grande parceiro do “Instituto Chefs Especiais” em eventos.

“Negócios e solidariedade precisam andar juntos. Este café representa uma quebra de paradigma e esperamos abrir caminho para muitos outros espaços inclusivos. É um orgulho abrir as portas para esse trabalho”, declara Tedd Albuquerque que deixou de servir cafés e sobremesas para que o espaço fosse ocupado pelo projeto.

Rodrigo Botoni, 39 (que teve uma participação no aclamado filme “Colegas”) é um dos envolvidos no projeto e que foi treinado para estar atendendo na cafeteria onde atua como barista. No cardápio, cafés expresso, macchiato, café em cápsula e coado na hora, onde cada cliente prepara o seu próprio café na mesa, desde a moagem até a xícara, chás, bolos variados, croissant, quiches, tortas, salgados, pães de queijo simples e recheados, pães de batata e itens variados, alguns preparados pelos próprios alunos do instituto e conta com cardápio (transcrito em braile).

De acordo com Simone, os alunos são capacitados e passam por testes para se adequarem ao controle de qualidade exigido na cafeteria. A iniciativa inédita no Brasil já é usada em Dublin, na Irlanda.

Existem dois projetos que eles pretendem colocar em prática: a expansão da cafeteria e a capacitação dos alunos para trabalharem em outras casas. “A ideia é capacitar os meninos no Instituto, onde vamos prepará-los para trabalharem em outras cafeterias, vendendo o conceito. Mais pra frente pretendemos expandir a “Chefs Especiais Café”, afirma Simone.

O “Instituto Chefs Especiais” inaugurou sua sede em agosto de 2013 no bairro Higienópolis – SP e possuí vários projetos relacionados a gastronomia como culinária básica, cursos preparatórios básico para garçons, oficinas Down Cooking (sedução pelo estômago, transformando alimentos em emoções), cursos preparatórios de Quick Massage (massagem rápida realizada em uma cadeira), Anma (massagem de origem Indiana assimilada e divulgada por terapeutas do Japão e da China) entre outros cursos visando o mercado de trabalho entre eles o entretenimento como a dança do ventre.

No dia 1 de dezembro o “Chefs Especiais” conquistou o “Prêmio Diversidade 2017″ para o “Café Mais Quente da Cidade” e no dia 15 de dezembro ganhou pelo terceiro ano consecutivo o “Prêmio Referência em Inclusão Social” pela “Academia Brasileira de Honrarias ao Mérito” no dia 15 de dezembro. Confira outros prêmios conquistado pelo “Chefs Especiais”:
Website: http://chefsespeciais.wixsite.com/chefs
Website: https://www.chefsespeciaiscafe.com.br/
Facebook: https://www.facebook.com/chefsespeciaiscafe
Pictame: http://www.pictame.com/tag/chefsespeciais

Cleo Oshiro
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