Rogéria apresenta melhoras e respira sem aparelhos.
O estado de saúde da atriz e comediante Rogéria (74) teve uma melhora surpreendente no sábado (15), não havendo mais a necessidade da respiração artificial, segundo as informações divulgadas pelo produtor, amigo e empresário Alexandro Haddad. Internada na quinta-feira (13) Rogéria havia piorado na sexta-feira após sofrer uma convulsão, com um quadro de infecção generalizada devido complicações relacionada a uma infecção urinária. O problema provocou danos neurológicos e Rogéria estava respirando através de aparelhos.
Rogéria está internada desde a última quinta-feira, dia 13 na CTI da Clínica Pinheiro Machado, em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio. Ela foi encaminhada para o local, após sentir fortes dores nas costas. Até o momento não foi cogitado a previsão de alta hospitalar.
Astolfo Barroso Pinto nasceu em 25 de maio de 1943 em Cantagalo – Norte Fluminense-RJ. Menino com jeito delicado que cantava como gente grande, não demorou muito para se tornar a atração do bairro onde morava com sua família. Astolfinho, como era chamado, foi criado longe do pai, mas sempre contou com o apoio da mãe, D.Eloá e dos dois irmãos, e nenhum deles tinham preconceito em relação ao homossexualismo. Com a idade de 10 anos, quando morava em Niterói, gostava de interpretar personagens como Cleópatra e a Jane do Tarzan, com direito a passeio de cipó.
Na juventude se inspirou em grandes ícones cinematográficos internacionais como Marilyn Monroe e Betty Davis.
Aos 19 anos trabalhava como maquiador de várias personalidades do mundo artístico como Emilinha Borba, Elizete Cardoso, Marlene, Nair Belo, Fernanda Montenegro entre outras na extinta TV Rio, em 1964. Foi nessa época que a atriz Zélia Hoffman resolveu chamá-lo de Rogério, dizendo que Astolfo era um nome muito formal. A consagração do nome artístico ocorreu em 1964, durante o concurso de fantasias no Teatro República (RJ) onde participou vestida de Dama da Noite, vedete sofisticada do Moulin Rouge (Paris), empatando em primeiro lugar com Susy Wong.
O sucesso aconteceu no Internacional Set, posteriormente no Le Girls, o mais importante show de travestis de todos os tempos, dirigido por João Roberto Kelly e tornando-se a grande vedete e estrela de Carlos Machado. Rogéria inicia sua carreira internacional, começando por Angola, Moçambique, EUA, passando pela Espanha nos anos 70, seguindo para a França em 1971, sendo o grande destaque do Carrousel de Paris. Foi nessa época que decidiu deixar o cabelo crescer e fez tratamento hormonal para destacar a figura feminina. Foi na França, que Rogéria conheceu e aprendeu muito com a travesti Chou-Chou, uma espécie de madrinha para ela, com quem dividia apartamento e trabalhava na noite parisiense.
Quando retornou ao Brasil sua carreira estava no auge, e no ano de 1976, participou do espetáculo Alta Rotatividade – comédia na qual contracenava com a Leila Cravo, Agildo Ribeiro e Ary Fontoura. Em (1979) participou do espetáculo O desembestado, ao lado de Grande Otelo com direção de Aderbal Freire Filho, o que lhe rendeu o Prêmio Mambembe.Desde 2004 atua na peça Divinas Divas, dividindo o palco com a atriz Camille K e outros transformistas no Teatro Rival do Rio. A produção inspirou um documentário homônimo dirigido pela atriz leandra Leal. Em 2007, estreou ao lado de Eliana Pittman, Zezé Motta, Ida Gomes, Alessandra Maestrini, Jarbas Homem de Mello entre outros o espetáculo 7, O Musical, sob a direção dos grandes magos dos espetáculos musicais, a dupla Charles Möeller e Cláudio Botelho.
Com 50 anos de carreira, Rogéria participou de vários programas de TV como Viva a noite, o talk show Com Frescura/2013 (como apresentadora) pelo Canal Brasil – Divertics/2013 (TV Globo) –Na TV participou de programas como jurada do saudoso Chacrinha, Gilberto Barros, Luciano Huck, e nos humorístico Sai de Baixo/1997 – Zorra Total/2000 – A Grande Família/2002 – Cilada/2006 – Dicas de um sedutor/2008 – A Praça é Nossa/2009 – Os Caras de Pau/2010 – Amor e Sexo/2011- Pé na Cova/2014 – Tá no Ar: A Tv na Tv/2015.
Em novelas, foi a Ninete em Tieta/1989 – Paraíso Tropical/2007 – Toma lá da cá/2007 – Duas Caras/2008 – Lado a Lado/2012 – Babilônia/2015, como a Úrsula Andressa.
Nos seriados participou de Você Decide/1999) – Brava Gente/2001 – Desejos de Mulher/2002/ – Malhação/2012 -Em filmes e espetáculos por todo o Brasil, apresentando boa música e humor, relembrando estórias da época que trabalhava como maquiador das grandes estrelas.
Foi coreógrafa da comissão de frente da Escola de Samba São Clemente, representando Maria, a louca no enredo dos 200 anos da vinda da família real ao Brasil. Em 2016, lançou sua biografia Rogéria – Uma mulher e mais um pouco, escrita por Marcio Paschoal, amigo e vizinho de Rogéria no bairro carioca do Leme.
Na sua biografia, Rogéria assegura que o Brasil dos anos 1960, época em que ela se fez artista, era o melhor lugar do mundo para ser travesti “Para essas pessoas que querem desgraça, eu respondo: ‘Você não conhece o meu dossiê? Não sabe que eu batia nos garotos de pequena e que os shows e os travestis mais chiques eram daqui, deste país?”.
Alexandro Haddad disse, que Rogéria tem reagido de maneira positiva aos antibióticos e que esta respirando normalmente, mas que não há previsão de alta hospitalar. O empresário não mudou a agenda de shows da artista, mas que ela retornará quando a sua saúde estiver completamente restaurada. Haddad e Rogéria dividem apartamento há mais de 10 anos no Leme.
Rogéria participa do filme Divinas Divas, de Leandra Leal. O filme é uma celebração dos 50 anos das pioneiras em shows transformistas no Brasil, Rogéria, Camille K, Jane de Castro, Fujika de Halliday, Divina Valéria, Brigite de Búzios, Heloina dos Leopardos e Marquesa (morta em 2015). Elas eram as grandes atrações do Teatro Rival, que pertenceu ao avô de Leandra Leal. Leandra que é atriz e diretora é a responsável pelo teatro.
Rogéria tem se apresentado por todo o Brasil ao lado da amiga de longa data, a comediante stand-up Nany People, com o espetáculo Encontro das Divas. Focado na história de vida das mulheres transexuais que fizeram história no show business, elas contam várias histórias que são intercaladas com músicas e performances das duas. O empresario Haddad ainda não desmarcou a agenda de shows.
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