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sexta-feira, 2024/04/19  9:04
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Japão e Coreia do Sul farão acordo sobre as “mulheres de conforto” da segunda guerra mundial

Japão e Coreia do Sul farão acordo sobre as “mulheres de conforto” da segunda guerra mundial. Japão e Coréia do Sul concordaram em resolver a questão das “mulheres de conforto” forçadas a trabalhar em bordéis japoneses durante a Segunda Guerra Mundial, em seu primeiro acordo desse tipo desde 1965.

Protestors sit next to a statue (C) of a South Korean teenage girl in traditional costume called the 'peace monument' for former 'comfort women' who served as sex slaves for Japanese soldiers during World War Two, during a weekly anti-Japanese demonstration near the Japanese embassy in Seoul on 11 November 2015.
Ativistas em favor das mulheres de conforto erigiram uma estátua de uma menina que eles chamam de um “monumento a paz” em frente à embaixada japonesa em Seul em 2011

O Japão pediu desculpas e vai pagar 1 bilhão ienes (US $ 8,3 milhões) – a quantia que a Coreia do Sul pediu – para financiar ajuda às vítimas.

A questão tem sido a causa chave para as tensões entre os dois países. A Coreia do Sul exigiu desculpas mais fortes e compensação.

Somente 46 ex-“mulheres de conforto” ainda estão vivas na Coréia do Sul.

O anúncio veio depois que o ministro das Relações Exteriores do Japão, Fumio Kishida chegou em Seul para conversações com o seu homólogo Yun Byung-se, na sequência de movimentos para acelerar as negociações.

Estima-se que até 200.000 mulheres foram forçadas a serem escravas sexuais dos soldados japoneses durante a 2ª Guerra Mundial, muitas delas coreanas. Outras mulheres foram da China, Filipinas, Indonésia e Taiwan.


Acordo Japão – Coreia do Sul sobre as mulheres de conforto

South Korean former 'comfort woman' Lee Yong-Soo (L), who was forced to serve as sex slaves for Japanese troops during World War Two, attends a protest with other supporters to demand Tokyo's apology for forcing women into military brothels during World War II outside the Japanese embassy in Seoul on 12 August 2015.
Ativistas sul-coreanos a favor das mulheres de conforto vêm realizando manifestações semanais em frente à embaixada japonesa em Seul
  • O Japão vai doar 1 bilhão de ienes para um fundo para as mulheres de conforto idosas, que o governo sul-coreano irá administrar
  • O dinheiro também vem com um pedido de desculpas do Primeiro Ministro Japonês Shinzo Abe e a aceitação de “profunda responsabilidade” para a questão
  • A Coreia do Sul diz que vai considerar o assunto resolvido “final e irreversivelmente” se o Japão cumprir suas promessas
  • A Coreia do Sul também vai analisar a remoção de uma estátua que simboliza as mulheres de conforto, que ativistas ergueram em frente à embaixada japonesa em Seul em 2011
  • Ambos os lados concordaram em abster-se de criticar uns aos outros sobre esta questão na comunidade internacional

Após a reunião, o Sr. Kishida disse a jornalistas, que o Primeiro Ministro japonês Shinzo Abe ofereceu um sincesro pedido de desculpas.

“O primeiro-ministro Abe expressa, novamente, suas mais sinceras desculpas e remorso a todas as mulheres que se submeteram a experiências dolorosas e imensuráveis e sofreram ferimentos físicos e psicológicos incuráveis como mulheres de conforto”, disse Kishida.

O texto do acordo não diz explicitamente que as “mulheres de conforto” vão receber uma indenização direta, mas afirma que o fundo irá fornecer “projetos para recuperar a honra e a dignidade e curar as feridas psicológicas”.

South Korean former 'comfort woman' Lee Yong-Soo (C), who was forcibly recruited to work in Japanese wartime military brothels, and her supporters demonstrate near the Japanese embassy in Seoul on 30 October 2015
Lee Yong-soo (centro) tem participado dos protestos em frente à embaixada japonesa em Seul

Alguns ex “mulheres de conforto”, como Lee Yong-soo, discordaram disso.

A senhora de 88 anos disse à BBC: “Eu me pergunto se as conversações, realmente, aconteceram tendo em mente as vítimas. Nós não estamos atrás do dinheiro. Se os japoneses cometeram seus pecados, eles devem oferecer uma compensação oficial do governo, diretamente…”

Outra ex-mulher “conforto”, de 88 anos, Yoo Hee-nam, disse: “Se eu olhar para trás em minha vida, tivemos uma vida privada dos nossos direitos básicos como seres humanos. Então eu não posso estar totalmente satisfeita.

“Mas, nós temos esperado todo esse tempo para que o governo sul-coreano resolvesse o problema de forma legal. Como o governo trabalhou duro para resolver o acordo antes da virada do ano, eu gostaria de seguir o exemplo do governo.”

Fonte: bbc http://www.bbc.com/news/world-asia-35188135