O ex-ativista de extrema-esquerda italiano Cesare Battisti, condenado em seu país por quatro assassinatos cometidos entre 1977 e 1979, foi preso nesta quinta-feira pela Polícia Federal (PF) em Embu das Artes, na região metropolitana de São Paulo.
Battisti foi detido pelas autoridades em “cumprimento a uma ordem de prisão administrativa para fins de deportação” dada no dia 26 de fevereiro pela 20ª Vara Federal de Brasília.
Cesare Battisti foi condenado à prisão perpétua na Itália por dois assassinatos entre 1977 e 1979. EFE/Neco Varella
Cesare Battisti foi condenado à prisão perpétua na Itália por dois assassinatos entre 1977 e 1979. EFE/Neco Varella
Segundo um comunicado da PF, Battisti permanecerá na Superintendência Regional da instituição em São Paulo “até a deportação ser efetivada”.
“Todas as medidas administrativas necessárias para o cumprimento da deportação estão sendo tomadas”, acrescentou o comunicado.
No final de fevereiro, a juíza Adverci Rates Mendes de Abreu considerou nula a decisão pela qual foi concedido um visto permanente a Battisti por ele ter sido condenado por crimes dolosos, o que contraria a legislação de imigração brasileira.
A magistrada decidiu a “deportação” de Battisti à França ou ao México, onde ele viveu após ter fugido, mas não solicitou a extradição à Itália para não se opor à decisão que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tomou, em 2010, de não mandá-lo de volta a seu país de origem
O italiano foi detido em 2007 no Rio de Janeiro após permanecer três anos escondido, e julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que em 2009 decidiu por sua extradição à Itália, mas deixou a decisão final para Lula.
A recusa à extradição, que causou tensões diplomáticas com o país europeu e foi anunciada no último dia de mandato de Lula, foi chancelada em 2011 pelo Supremo.
Battisti foi membro do grupo Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), um braço das Brigadas Vermelhas, organização armada mais ativa durante a onda de violência política que sacudiu a Itália há quatro décadas.
Em 1993, ele foi julgado à revelia por um tribunal italiano que o considerou culpado pelos assassinatos de dois policiais, um joalheiro e um açougueiro cometidos entre 1977 e 1979, e o condenou à prisão perpétua, mas fugiu como refugiado político para a França, e em 2004, quando esse país reavaliava essa condição, partiu para o Brasil.
No entanto, a nova decisão judicial com fins de deportação pode ser revogada por três instâncias superiores, incluindo o Supremo Tribunal Federal.
EFE
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