Brasileiro é condenado a 9 anos por lesão corporal seguida de morte

O Tribunal de Hamamatsu chegou à conclusão que a esposa do réu morreu após ser agredida violentamente

OSNY ARASHIRO/ALTERNATIVA

Hamamatsu – Durante a sétima e última audiência realizada nesta sexta-feira, 27, o Tribunal Regional de Hamamatsu (Shizuoka) sentenciou o brasileiro Abner Diego da Silva Tame, 30, a 9 anos de prisão. A promotoria havia solicitado 13 anos por crime de lesão corporal seguida de morte da então esposa Luciana Tame.
Serão descontados da sentença os 320 dias já cumpridos na prisão durante o período de processo judicial. Dessa forma, a pena total contabiliza 8 anos e 45 dias.
O juiz do tribunal fez a leitura das acusações na seguinte ordem:
1 – Lesão corporal seguida de morte da esposa Luciana Tame, no dia 24 de fevereiro de 2012. Conforme provas legais do médico legista, os hematomas apresentados em Luciana não caracterizam queda, conforme o acusado alega, mas contusão por força externa extremamente fortes.
A causa da morte de Luciana foi hemorragia interna no lóbulo esquerdo do fígado. Foram recolhidos 420 ml de sangue, sem contar o que não foi possível recolher por estar espalhados entre os músculos e fibras.
2 – Lesão corporal ao filho C. R. com quatro anos de idade, na época da agressão, dia 15 de setembro de 2013, sendo ferimento na altura da cabeça do lado esquerdo; três hematomas na testa; hematoma e inchaço do olho esquerdo. O acusado afirma que o menino sofreu queda.
Porém, o médico pediatra comprovou que os três hematomas, por serem em locais diferentes, separados e com formatos distintos, caracterizam que foram causadas por várias forças externas. A possibilidade de o menino ter caído e provocar esses hematomas é muito baixa. Em uma queda, ao bater o rosto, as partes feridas são as mais salientes como o nariz ou testa.
3 – Coerção a um funcionário do Centro de Atendimento ao Menor de Hamamatsu (Hamamatsu-shi Jidou Soudan-jo), com ameaça de morte. Seus dois filhos (o outro se chama G. S., 11 anos) estão sob a guarda do instituto de menores. Em um telefonema dia 1º de novembro de 2013, Abner ameaçou um funcionário de morte, caso não devolvesse a criança.
Após uma breve releitura dos autos do processo, o juiz encerrou a audiência e avisou ao réu que ele pode recorrer da sentença num prazo de 14 dias.
Este caso de violência doméstica está sendo considerado o mais grave dentro da comunidade brasileira. Foram mobilizados simultaneamente em sete audiências as presenças de três juízes, nove membros do júri popular, dois advogados de defesa e três promotores.
Fotos: Osny Arashiro/Alterntiva e Cedida
Furgão conduzindo o réu chega ao Tribunal de Hamamatsu. No detalhe, Abner Diego da Silva Tame

Fonte: Alternativa online